Com reputação ainda em formação. Deficiência grave: nenhum filme brasileiro está presente.
RETROSPECTIVAS É na parte histórica, por assim dizer, que o Indie 17 se afirma melhor: uma retrospectiva de Philippe Garrel.
Com 22 de seus filmes, pode não ser uma retrospectiva completa, mas é certamente bem representativa do trabalho do cineasta francês, começando pelo curta “Os Jovens Desajustados” (1964), que marca o início de uma trajetória experimental (bastante influenciada por JeanLuc Godard), até sua adesão à narratividade intimista que marca a maior parte de seu trabalho posterior a 1980.
Mais atenção ainda chama a série dita “Clássica” do festival, que propõe o reencontro com cinco filmes de peso, quase todos restaurados há pouco.
A seleção inclui “Acossado” (1960), de Godard, “A Bela da Tarde” (1967), de Luis Buñuel, “Cidade dos Sonhos” (2001), de David Lynch, “A Primeira Noite de um Homem” (1967), de Mike Nichols, e “Stromboli” (1950), de Roberto Rossellini.
São todos filmes de revisão obrigatória, que, no entanto, denotam dois problemas que o festival traz a nós.
O primeiro é a importância crescente que o restauro adquire no mundo (com exceção, parece, do Brasil). O segundo diz respeito ao caráter do festival: apesar de Hong Sang-soo e Kiyoshi Kurosawa, tudo ali se baseia numa perspectiva centrada nos Estados Unidos e na Europa.