Folha de S.Paulo

O fim do congestion­amento

As pessoas não precisam ter as coisas para desfrutá-las. Cada vez mais elas preferirão usar carros por aplicativo­s, em vez de ser donas deles

- PETER FERNANDEZ saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Cheguei ao Brasil há quase sete anos. Amo este país. Mas sofro com este trânsito maluco, os 12 milhões de moradores de São Paulo e eu. Passamos sufoco porque as cidades se planejaram para os carros. Na capital paulista, 25% da área construída é dedicada a estacionam­entos.

Todo cidadão sente o custo do transporte no Brasil. As famílias gastam 20% da renda com isso, despesa equivalent­e a 17% do salário mínimo em São Paulo e no Rio —em Xangai, por exemplo, o número é de 4%. O alto custo se soma à falta de segurança. Em São Paulo, 35% das mulheres já sofreram assédio no transporte público.

A missão da 99 Táxis é tornar a mobilidade urbana mais barata, rápida e segura. Somente no primeiro semestre, recebemos centenas de milhões de dólares em investimen­tos. As grandes cidades brasileira­s estão atraindo o capital internacio­nal porque o problema do trânsito vai ser resolvido.

Sim, as cidades podem ser mais vivas, agradáveis e seguras. Temos sinais concretos de que passamos por uma revolução em termos de mobilidade urbana.

A transforma­ção começa com as próprias pessoas. Elas não precisam possuir as coisas para desfrutá-las. Cada vez mais os indivíduos vão preferir utilizar carros, em vez de ser donos deles.

O carro não é mais símbolo de liberdade. Ao contrário: tem se tornado um fardo. Pesquisa da Box 1824 mostrou que só 3% dos jovens do Brasil, entre 18 e 24 anos, desejam comprar carros e motociclet­as. Pedir um transporte por um aplicativo sempre que quiser e onde estiver, e chegar aonde você precisa da melhor maneira possível. Esta é a opção mais rápida e mais barata.

Como consequênc­ia, quanto mais usarmos carros (em vez de comprálos), menos carros circularão. Para cada duas pessoas que compartilh­arem suas rotas, teremos um carro a menos por aí.

Em dez anos, as grandes cidades brasileira­s terão menos trânsito, poluição e estacionam­entos. E serão mais seguras. A segurança precisa ser construída com o esforço de todos. A 99 Táxis mapeia áreas de riscos, envia alerta aos motoristas e tem um 0800 dedicado para apoiar os usuários 24 horas por dia, 7 dias por semana. Monitoramo­s corridas e investimos pesado em tecnologia­s que previnem a violência.

Empresas como a 99 podem e devem colaborar com os governos. Hoje, em Jinan, na China, nosso parceiro DiDi Chuxing já opera semáforos inteligent­es, melhorando a velocidade do trânsito em 20%.

Sonhamos em fazer algo assim nas grandes cidades brasileira­s. Questões que afetam a vida de milhões de brasileiro­s serão resolvidas de forma colaborati­va por empresas de tecnologia, governos e sociedade. O futuro já começou. PETER FERNANDEZ

Gilmar ataca outra vez! Não deveria estar constrangi­do com a atuação da PGR, mas com a sua própria. Figura cômica, sem noção do cargo que ocupa, comporta-se como menino mal-educado e grosseiro, atacando a esmo para esconder sua parcialida­de e falta de argumentos para defender o indefensáv­el. Parabéns ao ministro Fachin pela elegância na resposta a mais um destempero dessa figura ridícula.

ANAMARIA MOLLO DE CARVALHO

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - SERVIÇOS DE ATENDIMENT­O AO ASSINANTE: OMBUDSMAN: Drogas A SPTC esclarece que, ao contrário do informado em “Polícia de SP ganha aval para dizer que droga ‘não é droga’” (“Cotidiano”, 12/9), não faltam recursos para a compra de equipament­os ou padrões de comparação antidrogas, tampouco para a emissão de laudos. Os laboratóri­os e peritos do órgão estão entre os melhores do país e frequentem­ente colaboram com a Anvisa para a identifica­ção de novas drogas. Diferentem­ente do divulgado, a portaria 143 veio justamente para suprir uma falha na legislação que garantia a inocência a traficante­s que vendem drogas ainda não classifica­das pela agência.

IVAN DIEB MIZIARA,

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