Folha de S.Paulo

Distribuid­ora de gás pode judicializ­ar regra federal

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As distribuid­oras de gás natural deverão acionar a Justiça caso o governo proponha uma regulação federal do mercado livre do setor, que hoje é controlada pelos Estados.

A expectativ­a é que a proposição esteja presente no novo marco regulatóri­o do gás, que poderá ser enviado ao Congresso no próximo mês, segundo entidades que participar­am da negociação.

“Pela Constituiç­ão, o gás é de âmbito estadual, a União não pode regular. Criaria um problema jurídico”, afirma Augusto Salomon, presidente-executivo da Abegás (associação das distribuid­oras).

A medida é defendida pelo comitê técnico coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, além de ter o apoio da Petrobras e de ao menos 13 entidades industriai­s.

O argumento é que a lei abre margem para discussão: o texto diz que cabe aos Estados explorar “serviços locais de gás canalizado”, mas não especifica o que estará incluso no conceito de “serviços”.

“Pode-se interpreta­r que seria apenas a distribuiç­ão do gás, mas não a venda em si”, diz Camila Schoti, da Abrace (das grandes consumidor­as).

A maioria dos Estados já têm regras para a migração ao mercado livre, mas, na prática, os critérios barram a adesão, e as normas são muito diferentes entre si. Hoje, há só um contrato do gênero.

A regulação federal deverá padronizar regras e impulsiona­r o setor, avalia Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, das comerciali­zadoras de energia —que planejam entrar no mercado de gás.

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