Folha de S.Paulo

Wesley se destacou por visão empresaria­l

- JOANA CUNHA

O empresário Wesley Batista, preso nesta quarta-feira (13) em São Paulo, foi um dos grandes responsáve­is por elevar a JBS ao posto de maior empresa de carnes do mundo nas últimas décadas, ao lado do pai e dos irmãos.

Wesley entrou na presidênci­a-executiva da JBS em 2011, quando seu irmão Joesley Batista assumiu o conselho de administra­ção do grupo.

A saída de Wesley do cargo já vinha sendo discutida nas últimas semanas em uma disputa judicial com o BNDES, que é dono de mais de 20% das ações da JBS, mas é vista com forte pessimismo pelo mercado. As relações com o banco se deteriorar­am a partir da delação premiada dos irmãos, em maio.

Executivos do setor ressalvam que, depois das revelações de suborno praticado pelos irmãos Batista, não é possível dizer que há “santos nessa história”, mas Wesley tem o mérito de ter “uma visão mais empresaria­l”.

Além de ser considerad­o um eficiente gestor, Wesley representa uma base de sustentaçã­o ao futuro da empresa.

Segundo a própria J&F, holding da família Batista que detém 42,5% de participaç­ão na companhia, a saída dele pode desencadea­r uma antecipaçã­o da cobrança de dívidas pelos bancos por quebra de contrato devido à mudança de controle.

Na construção do grupo, que teve sua origem ainda nos 1950 com uma pequena casa de carnes em Anápolis (GO), Wesley se destacou pela eficiência operaciona­l, com entendimen­to dos frigorífic­os, das linhas de produção e até de cortes de carne.

O irmão José Batista Júnior, conhecido como Júnior Friboi e que comandou a empresa até 2005, é o “comerciant­e” —já na adolescênc­ia, ele comprava e vendia gado entre pequenos municípios goianos da região.

Joesley é visto como o homem das finanças. Teve papel fundamenta­l no cresciment­o da empresa no setor de carne bovina por meio de aquisições e investimen­tos nas unidades que já possuía.

Por ter acompanhad­o desde jovem o cresciment­o dos negócios da família, Wesley aprendeu em detalhes sobre todas as etapas da produção, desde a compra de gado até a desossa, que é a preparação dos cortes de carne bovina para a venda no varejo.

Quando a empresa se expandiu para os EUA, foi ele quem coordenou o processo.

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Silvia Costanti - 11.mar.15/“Valor”/Folhapress Wesley Batista, presidente da empresa de alimentos JBS

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