Folha de S.Paulo

Artista incomum, pintava com varetas e algodão

- FERNANDA PEREIRA NEVES JAYME PEN - Aos 81, casado com Eunice Pen. Cemitério Israelita do Embu, estrada Keiichi Matsumoto, 7, Jd. Santa Luzia, Embu das Artes (SP). AQUIRA HIRAE - Nesta quinta (14), às 19h, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, av. Morumbi,

De sua casa em Florianópo­lis, Eli Heil recebeu certa vez um telefonema no crítico de artes Harry Laus. Ele queria saber como a obra da artista plástica poderia ser classifica­da. “Não sei. Não tem classifica­ção, eu só faço. Talvez imaginária”, respondeu ela.

Ao contar a passagem, o filho de Eli, José Pedro, cai na gargalhada e dá o veredito: “Era inclassifi­cável mesmo”.

Catarinens­e de Palhoça, Eli começou a arriscar como artista plástica quando já estava com 33 anos. Deparou-se com um quadro comprado pelo irmão e afirmou convicta: “Isso eu também faço”, lançando o desafio a si mesma.

Professora de educação física, estava afastada por conta de uma grave bronquite, e aproveitou para arriscar nas pinturas. Pediu dicas ao irmão, mas logo deixou claro que não faria as coisas da forma convencion­al. Trocou pincéis por varetas de madeira, agulhas, algodão, esponjas. Quando ninguém falava sobre reciclagem, ela já usava latinhas, canos de PVC, saltos de sapato, rolos de papel higiênico. Chegava a derreter tábuas de privada no fogão para remoldá-las.

Eli desenvolve­u, ao todo, mais de 200 técnicas para suas pinturas, esculturas, desenhos, o que fez suas obras se- rem classifica­das como “arte incomum” na 16ª Bienal Internacio­nal de São Paulo.

Eli sofria um pouco a cada venda ou empréstimo de obra, mas isso não a impediu de fazer inúmeras exposições —só na França, foram 46. Também criou o museu Mundo Ovo, em Florianópo­lis, para expô-las.

Morreu domingo (10), aos 88, devido a problemas respiratór­ios. Deixa três filhos, dois netos e dois bisnetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA Neste domingo (17), às 12h30, capela da PUC-

VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. (11) 3396-3800 e central 156 site: prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretaria­s/obras/ servico_funerario/

Serão solicitado­s os seguintes documentos do falecido: Cédula de identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento. 1º MÊS 16º ANO

Neste domingo (17), às 7h, na Paróquia Nossa Sra. da Salette, r. Dr. Zuquim, 1.746, Alto de Santana.

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