Folha de S.Paulo

Geddel quer saber quem denunciou ‘bunker’

- FÁBIO FABRINI

Defesa diz que busca no imóvel foi ilegal

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) quer saber quem telefonou para a Polícia Federal e revelou a existência do “bunker” no qual foi encontrada a fortuna de R$ 51 milhões a ele atribuída.

Em petição entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa do peemedebis­ta requer a identifica­ção do número da linha pela qual foi feita a denúncia anônima, em 14 de julho de 2017, além do policial que atendeu à chamada.

A informação anônima deu origem à Operação Tesouro Perdido, em 5 de setembro. O dinheiro estava em um apartament­o em Salvador que, segundo as investigaç­ões, havia sido emprestado por um empresário a Geddel e ao irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

A quantia foi a maior já apreendida pela PF.

O advogado do ex-ministro, Gamil Föppel, visa confirmar as informaçõe­s sobre a operação para, com isso, anulá-la. Ele argumenta que a busca e apreensão foi decretada tendo por base, unicamente, uma denúncia anônima, o que seria ilegal.

O advogado sustenta que, com base na jurisprudê­ncia já firmada pelos tribunais, medidas dessa natureza, que interferem em “direitos fundamenta­is”, como a privacidad­e e o sigilo, só podem ser autorizada­s se houver, além da notícia-crime apócrifa, mais elementos a confirmar as suspeitas.

Geddel está preso desde 8 de setembro na Penitenciá­ria da Papuda, em Brasília, em razão da operação da PF.

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