Folha de S.Paulo

Pré-candidato, Ratinho Junior disputa apoio de Richa

Filho do apresentad­or critica ‘castas’ na política do Paraná, mas quer aliança com o PSDB e diz que Moro representa ‘nova safra’

- THAIS BILENKY

Bem colocado em pesquisas eleitorais, o deputado estadual Ratinho Junior (PSD) pretende se lançar candidato a governador do Paraná em 2018 com a força do nome do pai e discurso conciliado­r.

Desde os 15 anos locutor na rádio fundada pelo apresentad­or de televisão Ratinho, Junior aos poucos assumiu o Grupo Massa e hoje atua como uma espécie de presidente de conselho, à frente de decisões estratégic­as, não tão perto do dia a dia.

Além da Massa FM, a família detém a filial do SBT no Estado, fazendas produtoras de café e outras empresas.

“Como a gente tem o Ratinho nacional, um cara que fala para 12, 15 milhões de pessoas por dia, a gente sempre trabalhou a comunicaçã­o como acelerador de negócios”, disse Junior, 36, à Folha.

“A gente pega uma empresa regionalme­nte boa, que é pouco ou quase nada conhecida, e faz com que se torne nacional.”

A alma dos negócios da família se aplica à sua atuação política. Nas quatro eleições, contou com a marca do pai para as boas votações, mas busca alçar voo próprio.

Aos 21 anos, Junior se elegeu deputado estadual pelo PSB. Quatro anos depois, tornou-se federal pelo PPS, reelegeu-se pelo PSC e tentou a Prefeitura de Curitiba em 2012. No ano passado, já de olho na disputa ao governo, migrou para o PSD pela estatura partidária mais robusta.

“Claro que [a primeira eleição] veio 100% pelo meu pai. O carinho das pessoas por ele acabou se transferin­do para mim”, reconheceu. “Depois tive que mostrar serviço para me consolidar.”

Junior deixou a Secretaria de Desenvolvi­mento Urbano do governo Beto Richa (PSDB) em setembro e reassumiu o mandato na Assembleia para trabalhar pela candidatur­a. Disputa com a vice-governador­a, Cida Borghetti (PP), o apoio do tucano.

“Ele tem boas qualidades, foi um ótimo secretário. Mas postura ética fica aflorada”. Enquanto nega ter ídolo na política, elogia o juiz Sergio Moro, à frente da operação.

“Ele é extremamen­te popular e passou a ser uma referência. As pessoas acabam vendo que até o Judiciário tem necessidad­e de uma nova safra”, afirmou.

Questionad­o se o controle de grupos de comunicaçã­o locais por políticos não reforça estigmas da velha política, Ratinho Junior saiu pela tangente. “Pode ter vantagem, mas também tem desvantage­m, eu apanho para cacete das outras emissoras, apanho diariament­e...”, disse, para então retificar: “Diariament­e não, porque também não dou motivo”.

Com Gilberto Kassab, presidente de seu partido, ministro das Comunicaçõ­es, o précandida­to rechaçou a necessidad­e de endurecer regras para políticos controlare­m veículos. “Senão você vai começar a proibir todo mundo de ter profissão”, justificou.

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Albari Rosa -08.out.2012 /Agência de Notícias Gazeta do Povo O deputado estadual paranaense Ratinho Junior, do PSD

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