‘Loucos por Bento’ tentam dar vida a vila destruída por lama de barragem
Há um ano, grupo de ex-moradores volta todo fim de semana a local atingido em 2015
Da varanda de uma das casas que restaram em pé na parte alta de Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana (MG) destruído pela lama da mineradora Samarco, uma caixa de som toca o acústico de Paulo Ricardo.
É tarde de sábado. Lá dentro, a funcionária pública Maria das Graças Quintão, 60, serve uma galinhada. Em frente à porta, o comerciante Sandro Sobreira, 42, solta rojões.
Além de nove pessoas na casa, não há mais ninguém nos arredores, a não ser seguranças contratados pela mineradora, que controlam os acessos ao que sobrou do vilarejo destruído.
Os fogos de artifício são para comemorar a possibilidade retornar ao local em que viveram até a tragédia que matou 19 pessoas —cinco dentro de Bento Rodrigues.
O que os une é o trauma de terem perdido amigos, residências, objetos pessoais e criação de animais em meio aos 40 bilhões de litros de lama que vazaram no dia 5 de novembro de 2015 da barragem de Fundão, operada pela Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton.
Desde o final do ano passado,