Folha de S.Paulo

‘Loucos por Bento’ tentam dar vida a vila destruída por lama de barragem

Há um ano, grupo de ex-moradores volta todo fim de semana a local atingido em 2015

- JOSÉ MARQUES AVENER PRADO CAROLINA LINHARES

Da varanda de uma das casas que restaram em pé na parte alta de Bento Rodrigues, subdistrit­o de Mariana (MG) destruído pela lama da mineradora Samarco, uma caixa de som toca o acústico de Paulo Ricardo.

É tarde de sábado. Lá dentro, a funcionári­a pública Maria das Graças Quintão, 60, serve uma galinhada. Em frente à porta, o comerciant­e Sandro Sobreira, 42, solta rojões.

Além de nove pessoas na casa, não há mais ninguém nos arredores, a não ser seguranças contratado­s pela mineradora, que controlam os acessos ao que sobrou do vilarejo destruído.

Os fogos de artifício são para comemorar a possibilid­ade retornar ao local em que viveram até a tragédia que matou 19 pessoas —cinco dentro de Bento Rodrigues.

O que os une é o trauma de terem perdido amigos, residência­s, objetos pessoais e criação de animais em meio aos 40 bilhões de litros de lama que vazaram no dia 5 de novembro de 2015 da barragem de Fundão, operada pela Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton.

Desde o final do ano passado,

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Fotos Avener Prado/Folhapress A funcionári­a pública Maria das Graças Quintão, 60, faz parte do grupo de moradores que continua voltando a Bento Rodrigues, em Minas Gerais
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O comerciant­e Sandro Sobreira, 42, em uma das casas que resistiram à lama em 2015

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