As disparidades da apendicite
A INCIDÊNCIA de apendicite, uma grave inflamação do apêndice do intestino grosso, está diminuindo nos países industrializados. Entretanto, em nações em desenvolvimento, está em ascensão.
Um estudo sobre a presença global desta afecção, de grave repercussão até meados do século passado, é relatado por Mollie Ferris e colaboradores da Universidade de Calgary, Canadá, na revista “Annals of Surgery”.
A redução no diagnóstico em países ricos estaria relacionada a um melhor diagnóstico da doença pela tomografia, o que afastaria os falsos positivos, e no controle dos casos graves pelo emprego dos antibióticos.
Segundo os autores, acompanhar a evolução da incidência da apendicite permite um melhor planejamento dos recurso e dos tratamento a serem empregados.
Nos EUA, o risco de morte por apendicite é de 1 para 15. Cerca de um terço dos casos chegam ao hospital com o apêndice perfurado e infecção na cavidade abdominal, quadro grave. A mortalidade diminuiu 46% de 1990 a 2013.
No Brasil, o número de operações por apendicite (apendicectomias) de 2008 a 2014 no SUS foi de 684.278, com a média anual de 97.754, relatam Fernanda dos Santos e colaboradores da Universidade Anhembi Morumbi na “Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões”.
Do total de operações, apenas 13.801 foram por via laparoscópica. A cirurgia laparoscópica resulta em recuperação precoce, menor necessidade de analgésicos, retorno mais rápido às atividades e melhor resultado estético na área abdominal.
Existe a possibilidade da minha higiene oral (ou a falta dela) causar problemas em outros órgãos do corpo, como o coração?
Infecções na gengiva e doenças periodontais são possíveis fatores de risco para problemas cardiovasculares, como a grave endocardite —inflamação que atinge o coração— e a aterosclerose —formação de placas nas artérias. Essas doenças, caso não sejam tratadas, podem levar à morte. Segundo Rodrigo Guerreiro de Moraes, cirurgião-dentista e membro do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), a persistência, a longo prazo, de uma higiene bucal ruim e de falta de visitas frequentes a dentistas podem elevar o risco de cáries e de doenças periodontais. Essas condições, por sua vez, podem levar a níveis de inflamação na boca que aumentam a possibilidade de haver mais substâncias inflamatórias nos vasos sanguíneos. O quadro, finalmente, pode provocar problemas em outros órgãos. “A saúde também deve começar pelo adequado cuidado com a boca”, afirma Moraes.