Folha de S.Paulo

Atirador mata ao menos 26 em igreja nos EUA

Polícia desconhece razão de chacina perto de San Antonio, Texas; morto na fuga, suspeito serviu na Força Aérea

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Idade das vítimas vai de 5 a 72 anos; episódio aterroriza Sutherland Springs, que tem menos de 700 habitantes

Um homem abriu fogo em uma igreja batista no Texas, nos EUA, neste domingo (5), e deixou ao menos 26 mortos e cerca de 20 feridos. O número foi anunciado pelo governador texano, Greg Abbott, em uma entrevista coletiva. Segundo ele, é o pior ataque a tiros da história do Texas.

Freeman Martin, do Departamen­to de Segurança Pública do Texas, afirmou que 23 pessoas foram mortas dentro da igreja, duas do lado de fora e uma a caminho do hospital. A idade das vítimas vai de 5 a 72 anos.

O comissário de polícia do condado de Wilson, no subúrbio de San Antonio, disse que o atirador foi perseguido até o condado vizinho de Guadalupe e morreu, mas não estava claro, até a conclusão desta edição, se ele se matou ou se foi morto.

Também não se sabia se o atirador estava incluído no número de vítimas, afirmou o xerife Joe Tackitt. Ainda não há informaçõe­s oficiais sobre a motivação do ataque.

O suspeito foi identifica­do como Devin P. Kelley, 26, e serviu como membro da Força Aérea em uma base no Novo México de 2010 até ser reformado, segundo o Pentágono e a Força Aérea. A data e as circunstân­cias de sua saída não foram divulgadas.

De acordo com o deputado Henry Cuellar, que representa o distrito da igreja, Kelley veio de Comal, condado ao norte de San Antonio.

Testemunha­s afirmaram que o atirador entrou na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs por volta de 11h30 da manhã deste domingo (15h30 em Brasília). Segundo a polícia, o suspeito entrou na igreja armado com um rifle de assalto e vestido com roupas pretas.

Uma vizinha da igreja contou ao jornal “San Antonio Express” que os disparos soaram como “alguém martelando um pedaço de madeira”. Ela, que não quis se identifica­r, disse que ouviu uma rápida sequência de “poppop-pop”, então uma pausa, e uma nova sucessão de sons.

O padrão se repetia, mas ela conta que olhava para a igreja e não via atividade alguma. Minutos depois, chegaram os carros da polícia.

“Estou em choque”, disse ela, que vive em Sutherland Springs por quase 20 anos e contou que a atmosfera da cidade sempre foi pacata e amigável. “É inacreditá­vel.”

Sutherland Springs, a 48 quilômetro­s de San Antonio, tinha cerca de 400 habitantes na época do Censo de 1990. Sites de imobiliári­as locais estimam a população hoje em 643 pessoas. Um mapa da cidade mostra nove ruas e duas estradas que as cruzam.

“Tem um posto de gasolina e um correio. Isso é meio que tudo”, descreveu o morador Joseph Silva, 49, ao “New York Times”.

Uma moradora, Alena Berlanga, afirmou à Associated Press que todos se conhecem na pequena comunidade. “Isso é terrível para nossa cidadezinh­a. Todo mundo conhece alguém que foi afetado.”

Uma lista oficial de vítimas ainda não havia sido divulgada. Mas a filha de 14 anos do pastor da igreja batista, Frank Pomeroy, está entre os mortos, segundo a mãe da garota. TRUMP O presidente Donald Trump, que está no Japão, prestou condolênci­as às vítimas. “Que Deus esteja com as pessoas de Sutherland Springs. O FBI e a polícia estão na cena. Estou monitorand­o a situação do Japão.”

A nova chacina reforça o debate sobre controle de armas nos EUA pouco mais de um mês após um atirador matar 58 pessoas e ferir mais de 500 em Las Vegas. Dia 1º, um homem matou três pessoas em uma loja no Colorado.

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Nick Wagner/Austin-American Statesman/Associated Press Policiais isolam igreja em Sutherland Springs (Texas) onde atirador abriu fogo ontem
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