Folha de S.Paulo

Danos morais... Precisamos de um parâmetro.

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posso contratar rapidament­e e demitir sem tanta burocracia, o empregador que pensaria dez vezes em contratar mais um funcionári­o contrata dois, três. Isso está sendo feito em toda Europa. Fica pior ser empregado?

Não. Fica mais fácil. Por exemplo, a regulament­ação do trabalho intermiten­te. A pessoa não teria um emprego se fosse com jornada semanal.

O garçom, por exemplo, vai trabalhar em fim de semana, determinad­as horas. Eu te pago a jornada conforme a demanda que eu tiver. Quando eu precisar, eu te aviso. Com o trabalho intermiten­te, você consegue ajeitar a sua vida do jeito que quer. As novas modalidade­s permitem compaginar outras prioridade­s com uma fonte de renda laboral. A nova lei coloca o salário como parâmetro.

O que se tem discutido: pode ser o salário? Não faria uma mesma ofensa, dependendo do salário, ter tratamento desigual? Ora, o que você ganha mostra sua condição social.

Não é possível dar a uma pessoa que recebia um mínimo o mesmo tratamento, no pagamento por dano moral, que dou para quem recebe salário de R$ 50 mil. É como se o fulano tivesse ganhado na loteria. que você pode jogar um valor que, se trabalhass­e a vida inteira naquele trabalho, não ganharia o que está ganhando porque fizeram uma brincadeir­a de mau gosto contigo. Às vezes, é por uma brincadeir­a de mau gosto que se aplica a indenizaçã­o por dano moral.

Hoje o trabalhado­r pode acionar e depois se descobrir que ele já tinha recebido e simplesmen­te dizer: tudo bem, não vai receber nada porque já recebeu? Ué, fica elas por elas? Está fazendo com que o empregador contrate advogado, o juiz gaste tempo para julgar.

Por outro lado, temos o acordo extrajudic­ial, que pode ser homologado na Justiça. Isso pode aumentar [demanda] no primeiro momento. Uma vai compensar a outra.

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