Selvageria
Documentos sobre o Brasil, escritos por europeus e datados dos séculos 16 ao 19, guardariam muitas explicações sobre nosso país hoje. Ali, diz o diretor Felipe Hirsch, estariam as origens do nosso conservadorismo.
Em seu “Selvageria”, que estreou na última sexta (3), o encenador buscou textos da coleções do bibliógrafo José Mindlin e da “Bibliografia Brasileira do Período Colonial”, de Rubens Borba de Moraes, todos tratando de escravidão.
“Escravidão talvez seja a palavra que infelizmente traduza a história desse país”, afirma Hirsch, que também se inspirou nas recentes ocupações dos estudantes secundaristas. “É muito significativo que eles tenham feito isso nesse momento [de conturbação política e social].”
Sobre um palco coberto de 1.500 sacos de lixo preto, o elenco interpreta com ironia narrativas que descrevem como índios teriam ficado gratos pelo batismo católico ou sobre o decreto da Lei Saraiva, em 1881, que proibia o voto de analfabetos e de pessoas de baixa renda.
“É uma ironia ter documentos assim, porque são visões europeias sobre os ‘selvagens’ da terra, são muito cruéis”, diz o diretor. “Mas ali estão as raízes de tudo o que está nas ruas hoje, a desigualdade, a incompreensão.” QUANDO qui. a sáb., às 20h; dom., às 18h; de 9/11 até 17/12 ONDE Sesc Campo Limpo, r. Nossa Sra. do Bom Conselho, 120, tel. (11) 5510-2700 QUANTO R$9a30 CLASSIFICAÇÃO 14 anos QUANDO seg., sex. e sáb., às 20h; dom., às 19h; até 27/11 ONDE Companhia do Feijão, r. Teodoro Baima, 68, s/ telefone QUANTO R$ 30 CLASSIFICAÇÃO 18 anos QUANDO qui. a sáb., às 20h; dom. e feriados, às 18h; até 17/12 ONDE Sesc Vila Mariana - teatro, r. Pelotas, 141, tel. (11) 5080-3000 QUANTO R$12aR$40 CLASSIFICAÇÃO 16 anos