Justiça suspende julgamento de ação contra Petrobras nos EUA
Investidores pedem ressarcimento de perdas causadas por corrupção
DO RIO
A Justiça dos EUA suspendeu novamente o julgamento da ação coletiva de investidores que pedem ressarcimento pelos prejuízos causados por corrupção na estatal.
Segundo a empresa, a Corte Federal de Apelações do Segundo Circuito acatou pedido para que o julgamento fosse adiado até que a Suprema Corte analise recurso da estatal contra decisão sobre certificação de investidores.
No dia 5 de julho, a Corte Federal de Apelações, em uma decisão de segunda instância, determinou que o juiz de primeira instância, Jed Rakoff, da corte distrital de Nova York, reavaliasse a classificação dos investidores.
A decisão respondeu a recurso da Petrobras para a definição de quais classes de investidores poderiam participar na ação coletiva, que também chegou a suspender a tramitação da ação na época.
A ação abrange duas classes de investidores: os que negociaram títulos da dívida e os que negociaram ações da estatal. A Petrobras obteve vitória parcial no recurso, com a exclusão de detentores de títulos comprados em 2012.
Os reclamantes pedem ressarcimento pela perda de valor dos papéis após a descoberta de um esquema de corrupção envolvendo diretores da empresa e empreiteiras, que derrubou o valor de mercado da companhia.
A Petrobras tem fechado acordos com investidores institucionais para que abram mão das ações judiciais. No balanço do segundo trimestre, a empresa provisionou US$ 445 milhões para perdas com esse tipo de processo.
A estatal também anunciou que antecipou o pagamento de US$ 1,28 bilhão em dívidas que venceriam entre 2018 e 2020. Além disso, renegociou o pagamento de outro US$ 1,6 bilhão, estendendo os prazos de pagamento para 2022 e 2023, e tomou outros US$ 300 milhões emprestados. (NICOLA PAMPLONA)