Folha de S.Paulo

Geddel usava casa da mãe para operar, diz assessor

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Contagem de notas ocorria na residência

Em depoimento à Polícia Federal, no dia 19 de outubro, o ex-assessor do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) Job Ribeiro disse que contava dinheiro a pedido do exministro Geddel Vieira Lima (PMDB) na casa da mãe dos irmãos peemedebis­tas.

A PF encontrou fragmentos de digitais de Ribeiro no “bunker” de Geddel descoberto em Salvador (BA), com um total de R$ 51 milhões em notas de reais e dólares.

“Que, em outras ocasiões, as quais passaram a ter maior frequência a partir de 2010, o declarante recebeu do senhor Geddel dinheiro na residência da mãe deste, para que o contasse”, consta no termo de depoimento que foi juntado no inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

“Que o dinheiro era apresentad­o, em regra, em envelopes pardos e as somas giravam em tomo de R$ 50 mil a R$ 100 mil; que a contagem era feita, em regra, em sala reservada que funcionava como gabinete.”

Ele disse à Polícia Federal que não sabia a origem do dinheiro ou o destino que era dado na sequência. Os valores, segundo seu depoimento, vinham “soltos ou mesmo novo com fitas”.

O ex-assessor, que foi exonerado depois de ter sua prisão domiciliar decretada, disse ainda que trabalhava nas residência­s dos políticos baianos e era incumbido em algumas oportunida­des de também contar dinheiro do posto de combustíve­l de propriedad­e da família.

Ribeiro afirmou que os valores contabiliz­ados variavam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil e eram depositado­s em conta vinculada ao próprio empreendim­ento, no banco Bradesco.

Além de ter sido assessor de Lúcio, seu último trabalho, ele prestava serviços à família desde os seus 21 anos, quando começou com Afrísio Vieira Lima.

A defesa de Geddel pede ao STF a identifica­ção do número da linha pela qual foi feita a denúncia anônima do bunker, em 14 de julho de 2017, além do policial que atendeu à chamada.

O ex-ministro quer saber quem telefonou para a Polícia Federal e revelou a existência do depósito no qual foi encontrada a fortuna de R$ 51 milhões a ele atribuída.

A informação anônima deu origem à Operação Tesouro Perdido, em 5 de setembro. O apartament­o em Salvador, segundo revelavam as investigaç­ões, havia sido emprestado por um empresário a Geddel e ao irmão.

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