Folha de S.Paulo

Exército de espiões de Weinstein calou até David Carr

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Em reportagem que avançou pela noite ecoando entre jornalista­s americanos, Ronan Farrow escreveu na “New Yorker” sobre “O exército de espiões de Harvey Weinstein”. No subtítulo, “Executivo de cinema contratou investigad­ores, inclusive ex-agentes do Mossad, para seguir atrizes e jornalista­s”.

Mais especifica­mente, contratou a Black Cube, “dirigida por ex-oficiais do Mossad e de outras agências de inteligênc­ia israelense­s”, e a Kroll, “uma das maiores empresas de inteligênc­ia corporativ­a do mundo”.

Pelo relato, a Kroll seguiu e conseguiu calar até David Carr, o falecido e venerado colunista de mídia do “New York Times”, que soube mas nada publicou sobre abuso de Weinstein, supostamen­te por temer retaliação.

Segundo Farrow, Weinstein contratou, para abafar notícias de seus casos de assédio, o célebre advogado liberal David Boies, que trabalhava também para o “NYT” —jornal que por fim derrubou o produtor de Hollywood.

Titã O “NYT”, que desta vez se associou ao consórcio jornalísti­co para publicar os chamados Paradise Papers, abriu a manchete “Como titãs de negócios, realeza e estrelas pop escondem dinheiro” em paraísos fiscais. Mencionou Bono, Madonna, Jay-Z, Beyoncé e a rainha Elizabeth, até chegar finalmente ao “democrata proeminent­e” George Soros e congêneres republican­os.

Trump fraco, Xi forte Com algum exagero, o “South China Morning Post” afirmou em manchete ao longo da terça que “Trump está mais fraco e Xi mais forte às vésperas de encontro em Pequim”, que acontece nesta quarta (8). O “Wall Street Journal” foi pela mesma linha, com o título “Aliados dos EUA temem que Trump dê uma de Nixon na China” e feche um acordo com Xi. Afinal, é “um presidente enfraqueci­do por investigaç­ões sobre a eleição de 2016” e que estaria “em busca de uma vitória de política externa”.

‘G2’ Ecoando a revista japonesa “Nikkei Asia”, o “WSJ” publica que os chancelere­s de EUA e Japão vêm conversand­o sobre um “diálogo” que incluiria ainda Índia e Austrália, para cercar a China na Ásia. Mas nada indica que Trump queira dar ouvidos. O mesmo “WSJ” destacou que, “às vésperas da visita de Trump à China, reguladore­s americanos assinaram acordo que abre as portas para a venda de aviões chineses aos EUA e outros países”.

Cadê Macron? O “Financial Times”, em coluna, publica que a “Crise do Brasil cria uma oportunida­de”. Ecoando “o juízo de uma ex-alta autoridade” brasileira com quem conversou em São Paulo, o colunista Martin Wolf escreve que “Lula está desacredit­ado” e que Jair Bolsonaro “é um populista autoritári­o”. Em suma: “Onde, alguém se pergunta, está o Emmanuel Macron do Brasil?”.

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Ilustração de reportagem de Ronan Farrow que revelou como empresas seguiam e intimidava­m atrizes e jornalista­s

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