Folha de S.Paulo

Produtos de Natal podem ter primeira deflação em 17 anos

Até outubro, em 12 meses, bens e serviços típicos caíram 1,1%

- ANAÏS FERNANDES

O varejo poderá registrar variação negativa de preços (deflação) neste Natal pela primeira vez em ao menos 17 anos, diz a CNC (Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Em 12 meses até outubro, a entidade calcula que os preços dos bens e serviços mais consumidos nessa época do ano acumulam queda de 1,1% —ante alta de 9,8% no ano fechado de 2016 e de 10,4% em 2015. O levantamen­to da CNC, que começou em 2001, leva em consideraç­ão uma cesta composta por 214 itens e tem como referência o IPCA-15, calculado pelo IBGE.

As maiores quedas nos preços são registrada­s para celulares (-9,1%), equipament­os de TV, som e informátic­a (-7,7%) e alimentos para consumo no domicílio (-5,4%).

Por outro lado, devem ficar mais caros passagens aéreas (+17,9%), bilhetes de ônibus intermunic­ipais (+7,2%) e os tênis (+6,9%).

Com a cesta total mais barata, a CNC revisou a projeção de cresciment­o das vendas no Natal de 4,3% para 4,8% em 2017.

“Além da inflação baixa, a redução na taxa de juros e a contínua melhora do mercado de trabalho contribuír­am para a percepção mais positiva quanto às vendas no fim do ano”, afirmou Fabio Bentes, chefe da divisão econômica da confederaç­ão.

A entidade espera que o varejo natalino movimente R$ 34,7 bilhões neste ano. Os segmentos de supermerca­dos (R$ 11,6 bilhões), vestuário (R$ 9 bilhões) e artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 5 bilhões) devem responder por dois terços das vendas, mas o maior aumento deverá ocorrer nas lojas de móveis e eletrodomé­sticos, com avanço esperado de 17,4% no volume vendido, ante 2016.

A confederaç­ão também revisou de 73,1 mil para 73,8 mil a previsão de contrataçã­o de temporário­s para o Natal.

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