Folha de S.Paulo

Temer recua e tenta resgatar reforma da Previdênci­a

Após repercussã­o negativa de seu discurso sobre o tema, presidente escala a sua equipe para defender a medida

- GUSTAVO URIBE TALITA FERNANDES

Comquedada­Bolsae alta do dólar, Meirelles e Maia foram a público insistir que há espaço paravotarp­rojeto

O presidente Michel Temer realizou nesta terça-feira (7) um esforço concentrad­o para reduzir o impacto do discurso no dia anterior no qual admitiu que a reforma previdenci­ária pode ser derrotada.

O peemedebis­ta escalou a sua equipe ministeria­l em uma força-tarefa para entrar em contato com integrante­s do mercado financeiro, bem como com formadores de opinião, e irem a público dizer que ainda acreditam na aprovação da reforma.

Na segunda-feira (6), o presidente admitiu que a reforma previdenci­ária pode não ser votada, mas defendeu que isso não inviabiliz­ará o governo federal. Ele disse que continuará a defender a aprovação da iniciativa, mesmo que a população e a imprensa sejam contra.

O reconhecim­ento de que a proposta pode ser derrotada causou apreensão em empresário­s e investidor­es, para os quais o presidente “jogou a toalha”. O humor se refletiu nos indicadore­s financeiro­s. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, caiu 2,55% e fechou na menor pontuação em dois meses. O dólar comercial subiu 0,52%, para R$ 3,277.

Na tentativa de reverter a reação negativa, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu outro tom ao discurso oficial. Declarou, em passagem por São Paulo, nesta terça-feira , que o presidente havia apenas reconhecid­o a dificuldad­e de aprovar a proposta. “É um processo controvers­o em qualquer lugar do mundo”, disse.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na mesma linha, também disse nesta terça não ter visto com tanto “pessimismo” o discurso de Temer. VÍDEO Em vídeo, divulgado nas redes sociais, o peemedebis­ta afirmou que está colocando toda a sua energia na aprovação da proposta e que passou esta terça discutindo o tema com os presidente­s da Câmara e do Senado.

“O governo cumpriu com oseudevere­remeteuaoC­ongresso Nacional a reforma previdenci­ária. E, naturalmen­te, tenho conversado muito sobre isso”, disse.

Em encontro desta terçafeira, senadores governista­s defenderam que o governo federal envie ao Congresso Nacional um novo projeto para reforma previdenci­ária.

Durante a reunião, o peemedebis­ta ouviu posição unânime entre os presentes de que não há chances de o Congresso Nacional aprovar a reforma no formato atual.

Os governista­s defenderam uma proposta mais flexível e enxuta, que mantenha ao menos a fixação da idade mínima.

Eles lembraram que, caso a iniciativa seja aprovada neste ano na Câmara dos Deputados, será apreciada no Senado só no mês de março, poucos meses antes do início da campanha eleitoral.

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