Temer recua e tenta resgatar reforma da Previdência
Após repercussão negativa de seu discurso sobre o tema, presidente escala a sua equipe para defender a medida
ComquedadaBolsae alta do dólar, Meirelles e Maia foram a público insistir que há espaço paravotarprojeto
O presidente Michel Temer realizou nesta terça-feira (7) um esforço concentrado para reduzir o impacto do discurso no dia anterior no qual admitiu que a reforma previdenciária pode ser derrotada.
O peemedebista escalou a sua equipe ministerial em uma força-tarefa para entrar em contato com integrantes do mercado financeiro, bem como com formadores de opinião, e irem a público dizer que ainda acreditam na aprovação da reforma.
Na segunda-feira (6), o presidente admitiu que a reforma previdenciária pode não ser votada, mas defendeu que isso não inviabilizará o governo federal. Ele disse que continuará a defender a aprovação da iniciativa, mesmo que a população e a imprensa sejam contra.
O reconhecimento de que a proposta pode ser derrotada causou apreensão em empresários e investidores, para os quais o presidente “jogou a toalha”. O humor se refletiu nos indicadores financeiros. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, caiu 2,55% e fechou na menor pontuação em dois meses. O dólar comercial subiu 0,52%, para R$ 3,277.
Na tentativa de reverter a reação negativa, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu outro tom ao discurso oficial. Declarou, em passagem por São Paulo, nesta terça-feira , que o presidente havia apenas reconhecido a dificuldade de aprovar a proposta. “É um processo controverso em qualquer lugar do mundo”, disse.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na mesma linha, também disse nesta terça não ter visto com tanto “pessimismo” o discurso de Temer. VÍDEO Em vídeo, divulgado nas redes sociais, o peemedebista afirmou que está colocando toda a sua energia na aprovação da proposta e que passou esta terça discutindo o tema com os presidentes da Câmara e do Senado.
“O governo cumpriu com oseudevereremeteuaoCongresso Nacional a reforma previdenciária. E, naturalmente, tenho conversado muito sobre isso”, disse.
Em encontro desta terçafeira, senadores governistas defenderam que o governo federal envie ao Congresso Nacional um novo projeto para reforma previdenciária.
Durante a reunião, o peemedebista ouviu posição unânime entre os presentes de que não há chances de o Congresso Nacional aprovar a reforma no formato atual.
Os governistas defenderam uma proposta mais flexível e enxuta, que mantenha ao menos a fixação da idade mínima.
Eles lembraram que, caso a iniciativa seja aprovada neste ano na Câmara dos Deputados, será apreciada no Senado só no mês de março, poucos meses antes do início da campanha eleitoral.