Folha de S.Paulo

ENTREVISTA Reajuste de plano de idosos é assunto a ser enfrentado

PARA MINISTRO DA SAÚDE, EQUILÍBRIO FINANCEIRO DE OPERADORAS PRECISA SER MANTIDO PARA QUE ELAS POSSAM COOPERAR COM SUS

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Folha - Como vê o projeto para alterar a lei dos planos de saúde que tramita com urgência no Congresso?

Ricardo Barros - Tem questões que precisam ser bem avaliadas pela repercussã­o que terão no sistema e que não quero entrar em detalhes. Mas, uma vez aprovado, ele vai trazer avanços. Que avanços?

O projeto procura resolver problemas na área de ressarcime­nto ao SUS, na forma como os planos podem atuar no mercado, os reajustes nos planos individuai­s para a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro das empresas.

E nas multas aplicadas em valores significat­ivos, mas que acabam não sendo recolhidas pela judicializ­ação. O sr. é favorável ao reajuste para idosos, como propõe o relator do projeto?

É outro ponto que está mal resolvido no atual formato. Como é proibido [hoje] aumentar o valor do pagamento do plano após os 60 anos, aos 59 anos todos recebem um reajuste de quase 100%, que visa diminuir o risco da empresa com essa pessoa que vai ficar um tempo, não se sabe se 20 ou 30 anos, sem poder ter reajuste na sua parcela. Mas também acaba por expulsar o usuário. É um assunto que tem que ser enfrentado. A proposta de diluir esse reajuste, mexendo no Estatuto do Idoso, é positiva na sua visão?

Isso mantém o pressupost­o de que aos 60 anos a empresa tem que definir todo o reajuste desse usuário até o final. De qualquer forma, mesmo que parcelado, é um risco muito antecipado que a empresa tem que assumir para uma coisa incerta.

Não conheço profunda-

Não necessaria­mente, porque falo em média de 100 leitos, mas tem hospitais de 30, 20. Hoje temos muito mais hospital pequeno do que grande. Mas isso [1.500 com esse porte] seria o ideal.

Vamos diminuir a permanênci­a das pessoas, essas revisões todas de quantos dias fica internado. Todo nosso sistema é para desospital­izar.

Quanto mais for eficiente a atenção básica, menos as pessoas vão internar. E menos leitos a gente precisa. A eficiência do sistema provocará a desospital­ização e a necessidad­e de menos leitos. Mas o que estamos tratando agora é dessa eficiência do sistema.

“é proibido aumentar o valor do plano após os 60 anos, aos 59 todos recebem reajuste de quase 100%, que visa diminuir o risco da empresa com a pessoa que vai ficar um tempo, não se sabe se 20 ou 30 anos, sem ter reajuste “que o setor de saúde suplementa­r continue cooperando com o SUS e atendendo vidas que se autofinanc­iam no atendiment­o de saúde é preciso que esse sistema se sustente

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