Folha de S.Paulo

De sangue novo.

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Mas como criar esse vínculo, engajar as pessoas, quando a classe política está em profundo descrédito?

Não há um passe de mágica que resolva essa situação. O que podemos fazer? Há um longo caminho para reconectar as pessoas com a política. Isso exige trabalho não apenas durante a campanha, mas também depois dela.

Os políticos, em geral, param de ouvir os cidadãos depois da eleição. É um grave erro. Na próxima disputa, já terão perdido a ligação com grande parte da sociedade.

Creio que a solução passa por, depois da campanha, tentar preservar seu grupo de voluntário­s, sua base, continuar ouvindo as pessoas. Outra medida é trazer novos nomes para a disputa. Precisamos Vê no Brasil algum nome capaz de liderar um processo parecido ao de Macron?

Não conheço tanto a política brasileira para poder responder a essa pergunta. Mas sei que há novos movimentos, como o Agora!, e partidos, como o Novo. Isso é ótimo.

Não basta, porém, fundar um grupo e ficar apenas no “blá-blá-blá”. Macron, quando começou o En Marche!, entendeu que era preciso construir uma sólida campanha em todo o país. Então, quando a disputa começou, o movimento dele estava lá. Com quais grupos o senhor se encontrou no Brasil?

Infelizmen­te, não posso revelar com quem falei. Tivemos, de toda forma, ótimas conversas. Há muitas coisas importante­s mudando na política brasileira, e isso será fundamenta­l no próximo ano. Seria ótimo poder participar desse processo.

“caminho para reconectar­aspessoas com a política. Isso exige trabalho não apenas durante a campanha, mas também depois dela

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