Folha de S.Paulo

Herói improvável, meia-atacante deixa Corinthian­s perto do título

Equipe paulista pode ser campeã brasileira na próxima semana, contra o Fluminense

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Candidato ao título, Santos leva virada nos acréscimos do Vasco, em casa, e fica a nove pontos da liderança

O Corinthian­s está quase lá. Com oito pontos de vantagem na liderança a cinco rodadas do fim, a equipe pode ser campeã brasileira contra o Fluminense, na próxima quarta (15), no Itaquerão.

Para isso, terá de vencer o Avaí no sábado (11) e contar com uma combinação de resultados que envolvem Grêmio, Santos e Palmeiras.

Com 65 pontos, o Corinthian­s derrotou o Atlético-PR por 1 a 0, nesta quarta (8), na Arena da Baixada. E o fez porque recuperou uma das caracterís­ticas que o fez liderar o Brasileiro a partir da quinta rodada: a resiliênci­a.

O Santos, que começou o dia na vice-liderança e com esperança de ainda entrar na briga pelo título nacional, perdeu de virada, em casa, para o Vasco, por 2 a 1. Estacionou nos 56 pontos e foi ultrapassa­do pelo Grêmio, que, com a vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, chegou a 57.

No primeiro turno, a equipe de Fábio Carille cansou de mostrar o que se viu em Curitiba: a capacidade de absorver golpes, não se apavorar, insistir em jogadas ofensivas e encontrar um gol salvador. Diante do Atlético, contou com um herói improvável.

Giovanni Augusto foi criticado por mostrar pouca vontade, quase acabou trocado com o Internacio­nal por Valdivia e foi pouco utilizado no Brasileiro. Mas o passo decisivo para o título nacional aconteceu por causa dele.

O meia saiu do banco para anotar o gol da vitória. Um lance que pareceu cruzamento, mas em que a bola morreu dentro do gol a 14 minutos do final da partida.

“Não desisto de jogadores. Está no meu grupo trabalhand­o e querendo, eu não desis- to. Ele entrou muito bem em Porto Alegre e depois passou por uma cirurgia. Iniciei com ele contra o Fluminense e bateu escanteio do gol”, disse Carille sobre o atleta, que não fazia gol há mais de um ano.

Não que o meia-atacante tenha sido o único salvador do candidato ao título. Quando o placar estava 0 a 0 e o Corinthian­s jogava mal, Walter defendeu pênalti cobrado por Nikão. Foi lance que mudou os rumos do jogo.

Na etapa final, Walter teve de ser substituíd­o, com dores na coxa. Ele será avaliado nesta quinta (9) pelo departamen­to médico. NA BAIXADA Parecia que a partida na Vila Belmiro teria o mesmo destino. O Santos atuou mal e durante boa parte do confronto foi dominado pelo Vasco. Mas houve o momento em que Lucas Lima brilhou com um passe para Ricardo Oliveira marcar. Não que isso tenha aliviado a ira da torcida contra o meia que dá sinais de que não continuará no clube em 2018.

A Vila Belmiro pareceu ter respirado aliviada com o gol, apesar do pequeno público de 7.841 pagantes. Nem parecia ser confronto decisivo.

O Santos, assim como o Corinthian­s, parecia repetir uma fórmula que deu certo à exaustão em 2017. Criar uma vantagem e deixar Vanderlei garantir a vitória com grandes defesas. Mas, pelo menos nesta quarta, o goleiro não conseguiu. Falhou no gol do empate do Vasco, de Evander, que chutou de muito longe, e ainda escorregou na virada do clube carioca, em cobrança de falta de Nenê.

Foi o que bastou para o caldo entornar na Vila Belmiro. David Braz discutiu com torcedores na saída de campo. Parte das organizada­s voltou a hostilizar Lucas Lima. Situação semelhante a que o Corinthian­s viveu na semana passada, antes do clássico contra o Palmeiras.

Desde então, o líder venceu duas vezes e ficou perto do título. A dupla que construiu o gol santista diante do Vasco está com o futuro indefinido e ficam sem contrato no final do ano.

“Com a vitória deles [Corinthian­s], complicou. A diferença ficou grande, nove pontos. Não fizemos nosso dever de casa, que era fundamenta­l na reta decisiva”, afirmou o volante Renato.

A não ser que protagoniz­e uma virada histórica na classifica­ção, o Santos vai brigar para ficar entre os quatro melhores do torneio, o que garantiria vaga na fase de grupos da próxima Libertador­es.

A quinta posição também serve, desde que o Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil, esteja no G4.

Este era o principal objetivo da diretoria no início do Brasileiro e ficou mais forte com a queda no torneio sulamerica­no diante do Barcelona (EQU). Mas a diminuição da distância para o líder fez jogadores e torcedores sonharem com a possibilid­ade de levantar a taça nacional.

Esta é uma realidade bem mais palpável para o Corinthian­s. Quando chegou ao vestiário em Curitiba a notícia do segundo gol do Vasco sobre o Santos, o elenco explodiu em gritos de alegria. E ninguém estava mais feliz do que Giovanni Augusto.

Nos segundos finais, foi possível ouvir a torcida corintiana na Arena da Baixada gritar “é campeão!”

Contra o Avaí, Carille vai montar o ataque sem Jô, um dos artilheiro­s do Brasileiro, com 16 gols. Julgado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por agressão na partida contra a Ponte Preta, no último dia 29, ele foi suspenso por um jogo.

DE SÃO PAULO

Todos os indicadore­s dado pelo Palmeiras na derrota para o Vitória nesta quarta (8) por 3 a 1 mostram que o grupo não conseguiu assimilar o revés de domingo (5) em Itaquera para o rival Corinthian­s.

Sem ânimo, depois de os jogadores acharem que dava para tentar “algo grande no Campeonato Brasileiro” na semana passada, o Palmeiras agora corre o risco de sair do G-4 nas próximas rodadas.

O desafio vai ser voltar a ganhar jogos considerad­os importante­s.

Nesta temporada, apesar das contrataçõ­es milionária­s, o Palmeiras fracassou no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil e na Libertador­es.

No Brasileiro, depois de ter a chance de brigar pelo título novamente, após a queda de rendimento do líder Corinthian­s, tropeçou com o Cruzeiro em casa e perdeu o dérbi fora.

No Barradão, em Salvador, mais uma vez, o sistema defensivo da equipe cedeu gols com facilidade. Assim como no clássico contra o Corinthian­s, três nos 45 minutos iniciais.

Na primeira metade do primeiro tempo, mais precisamen­te aos 15 minutos de partida, o placar estava 2 a 0 para o Vitória, equipe que luta para não cair.

Foi a terceira vez, em três jogos, que o time dirigido por Alberto Valentim sai atrás do placar.

Em nenhuma delas, contra o Cruzeiro, em casa, Corinthian­s e Vitória fora, conseguiu a virada.

Os três gols do Vitória, o primeiro e o terceiro foram de Yago e o segundo de Tréllez, saíram após erros de posicionam­ento somados a falhas individuai­s.

O Palmeiras chegou a fazer o seu gol, com Dudu, quando estava 2 a 0. A equipe quase conseguiu o empate na sequência.

A campanha de Valentim, agora, é de três vitórias, um empate e duas derrotas. Foram dez gols sofridos e treze marcados.

 ?? Giuliano Gomes/PR Press ?? Giovanni Augusto (de frente) se aproxima de Guilherme Arana para comemorar a vitória corintiana contra o Atlético-PR
Giuliano Gomes/PR Press Giovanni Augusto (de frente) se aproxima de Guilherme Arana para comemorar a vitória corintiana contra o Atlético-PR

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