Folha de S.Paulo

Líderes aproveitar­am o encontro para tentar reerguer a Parceria Transpacíf­ico (TPP, na sigla em inglês). O pacto

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Um dia após elogiar a China por ter se aproveitad­o da “relação comercial distorcida” com os EUA, Donald Trump voltou a atacar as práticas comerciais injustas dos chineses no Vietnã, onde participou nesta sexta-feira (10) da cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

“Não podemos continuar tolerando os abusos comerciais crônicos e não os toleraremo­s”, disse o presidente americano a uma plateia de empresário­s e líderes reunidos na cidade de Danang.

“Sempre colocarei os EUA na frente, da mesma maneira como espero que todos vocês que estão nessa sala ponham seus países em primeiro lugar”, acrescento­u.

Trump atacou ainda instituiçõ­es multilater­ais como a OMC (Organizaçã­o Mundial do Comércio). “Para dizer de maneira clara, a OMC não nos tem tratado com imparciali­dade”, afirmou o americano.

O discurso de Trump reafirmou suas posições contra os grandes tratados comerciais, como o Nafta —entre EUA, México e Canadá—, e a favor de parcerias bilaterais.

“Farei acordos comerciais com qualquer país indo-pacífico que queira ser nosso parceiro e que respeite os princípios de comércio justo e recíproco”, declarou.

Logo após a fala de Trump, coube ao dirigente chinês, Xi Jinping, um papel que vem se tornando cada vez mais comum: o de defender a globalizaç­ão e o livre-comércio.

“A globalizaç­ão econômica tem contribuíd­o de maneira significat­iva para o cresciment­o mundial, na realidade, é uma tendência histórica irreversív­el”, afirmou Xi.

Apesar dos elogios, ele disse que o comércio mundial precisa ser “mais aberto, mais inclusivo, mais equilibrad­o, mais equitativo e com mais benefícios para todos”.

Xi defendeu ainda o papel de instituiçõ­es como a OMC. “Temos que apoiar o sistema multilater­al de comércio e praticar um regionalis­mo aberto, para permitir que os países em desenvolvi­mento se beneficiem mais do comércio e dos investimen­tos internacio­nais”, disse o chinês.

Ao tirar a tradiciona­l “foto de família” com os líderes presentes na reunião, Trump apertou a mão do presidente russo, Vladimir Putin. Os dois teriam um encontro às margens da cúpula nesta sexta, mas a Casa Branca afirmou que ele não ocorreria pois o americano chegaria ao Vietnã depois do previsto. MÃOS ATADAS comercial envolvia 12 países, entre eles os EUA, até Trump anunciar logo após tomar posse, em janeiro, a saída americana.

Nesta sexta, Trump reafirmou que os EUA não vão mais participar de “acordos que nos deixam de mãos atadas e entregam nossa soberania”.

Representa­ntes dos outros 11 países signatário­s —Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã— tiveram reuniões em Danang e devem divulgar neste sábado (11) um comunicado em que se dizem comprometi­dos com os “elementos centrais” do acordo.

A TPP busca contrabala­nçar a influência chinesa na Ásia e eliminaria tarifas em produtos agrícolas e industriai­s entre os 11 países.

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Mikhail Klimentyev/Sputnik/Kremlin/Reuters Trump cumpriment­a Putin ao tirar foto no Vietnã; desde 1994, vestuário típico do país-sede é usado no retrato oficial

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