Compensação por desastres climáticos emperra na COP
Questão de perdas e danos divide países desenvolvidos e em desenvolvimento
possível, mas também não é necessário. Estatisticamente é clara a correlação entre grandes poluidores e o aumento de eventos climáticos extremos em quantidade, intensidade e imprevisibilidade.”
No entanto, há avanços científicos que permitem estreitar essa correlação.
Publicado neste mês pela revista “Nature”, um estudo avaliou a relação entre eventos extremos e as emissões históricas de países e regiões do planeta.
Ragnhild Skeie, uma das autoras do estudo, diz que “a equipe aplicou metodologias estatísticas usando o exemplo da onda de calor argentina de 2013/14. Quando contabilizamos todas as emissões históricas a partir de 1850, grandes emissores como os EUA e a União Europeia fizeram o evento aproximadamente 28% e 37%, respectivamente, mais provável”.
Embora o Acordo de Paris isente os países de responsabilidade por perdas e danos, a atribuição de culpados pelos desastres climáticos já está sendo decidida na Justiça em dezenas de casos.
Só nos EUA, são cerca de 20 casos julgados nas cortes todos os anos, segundo o Instituto Grantham de Mudanças Climáticas. Alguns dos processos são direcionados a empresas poluidoras, mas neste ano os governos de Inglaterra, Estados Unidos e Índia também estão sendo processados em ações judiciais devido à poluição atmosférica e à mudança climática.