‘O Palácio da Memória’ amplia potência em versão impressa
FOLHA
Nate DiMeo tem 43 anos, nasceu em Rhode Island, nos Estados Unidos, e desde 2008 produz para a NPR (a rádio pública americana) o podcast “Memory Palace”, no qual conta histórias extraordinárias de pessoas desconhecidas e histórias desconhecidas (mas não menos incríveis) de pessoas extraordinárias. (thememorypalace.us).
Histórias extraordinárias de pessoas desconhecidas: Henry Brown, um escravo que consegue escapar de seu cativeiro na Virginia escravocrata, em 1849, enviando-se por correio, dentro de uma caixa, para a Filadélfia abolicionista. Minik Wallace, um esquimó de sete anos que, no outono de 1897, se vê órfão e sozinho em Nova York.
Mil e setecentos soldados do Terceiro Reich que fingem se apaixonar pelo vôlei para escapar de um campo de prisioneiros no Estado do Arizona, em 1943.
Histórias desconhecidas de pessoas extraordinárias: o Nobel Guglielmo Marconi, pai do rádio, que acreditava na imortalidade do som.
Assim, todas as ondas sonoras já produzidas continuariam reverberando por aí, para sempre.
Infelizmente, Marconi morreu sem conseguir criar o receptor potentíssimo que o permitiria sintonizar Shakespeare ensaiando com um ator ou Jesus proferindo o Sermão da Montanha.
O astronauta John Glenn, que, orbitando a Terra a 30 mil quilômetros por hora, 200 km acima do solo, viu do lado de lá da janela milhares de bolinhas cintilantes, como vaga-lumes a acompanhá-lo na viagem. De volta, o astronauta afirmou que ninguém poderia ver o que ele viu e não acreditar em Deus.
(Anos depois, provou-se que as orbes cintilantes eram o xixi congelado de John Glenn, expelido da cápsula, refletindo a luz do Sol.)