Folha de S.Paulo

Presidente do TRE-SP viaja em dos dias de trabalho

Mário Devienne Ferraz fez mais viagens do que os dois antecessor­es juntos

- JOSÉ MARQUES

Ele afirma que atua como representa­nte de entidade nacional e que seu trabalho no tribunal está em dia

O presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, desembarga­dor Mário Devienne Ferraz, passou quase um terço dos dias úteis do Judiciário este ano em viagens oficiais, que são custeadas por diárias emitidas pela corte.

De janeiro até a primeira semana de novembro, foram 63 dias úteis (mais de 30%) em que ele esteve fora da capital, aponta levantamen­to feito pela Folha com informaçõe­s do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do “Diário Oficial”.

Esse levantamen­to não levou em conta o período de recesso do Judiciário, que acontece em dezembro e janeiro — ou seja, a porcentage­m pode ser considerad­a maior.

Neste ano, o segundo e último de Devienne à frente do tribunal, ele já viajou em mais dias úteis que os seus dois antecessor­es, Alceu Penteado Navarro (2012-2013) e Antônio Carlos Mathias Coltro (20142015), juntos.

Procurado, o presidente do TRE-SP informou à Folha que sua gestão é diferente das anteriores, porque ele acumula cargos como o de diretor da Escola Judiciária Eleitoral Paulista e de representa­nte do Sudeste do Colégio de Dirigentes das Escolas Judiciária­s Eleitorais.

Também afirma que seu trabalho está em dia tanto no TRE-SP quanto no Tribunal de Justiça, onde preside a primeira câmara criminal.

Frequentem­ente, Devienne viajou a capitais de mais de uma região do Brasil.

Fez isso, até agora, em seis meses diferentes este ano. Só em junho, esteve no Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste.

Ele embarcou numa quarta, dia 7, para evento em João Pessoa (PB). Na segunda, 12, foi a solenidade em Curitiba. Voltou a São Paulo e, na segunda seguinte, 19, viajou a Brasília e emendou ida à capital de Minas. Com quatro assessores, a viagem a João Pessoa custou R$ 13 mil.

Em 2016, ano em que assumiu a presidênci­a do TRE e organizou as eleições municipais no Estado, Devienne viajou em 35 dias úteis.

Desde então, até este mês, visitou metade das capitais brasileira­s e duas de outros países da América Latina.

O custo das viagens varia. Uma diária do presidente custa R$ 700, mas pode ser acrescida de despesas de deslocamen­to. Ele também pode pedir meia diária, caso não fique o dia inteiro fora.

No caso de Devienne, sem contar os acompanhan­tes, foram gastos R$ 48 mil este ano. Com os auxiliares, o valor de janeiro a novembro sobe para mais de R$ 100 mil. TROCA DE COMANDO Os presidente­s anteriores do TRE-SP, Alceu Navarro e Mathias Coltro, priorizava­m, com poucas exceções, as viagens a Brasília. Além do Distrito Federal, Navarro esteve em Manaus, Recife, Belém e também no México.

Já Coltro foi a Ribeirão Preto (a 313 km de SP) e Teresina. Salta Fortaleza Recife Salvador* Belo Horizonte* Rio de Janeiro Florianópo­lis É o número de dias úteis da Justiça de SP em 2017, até 6.nov CUSTOS, EM R$ MIL Diárias do presidente no período Ribeirão Preto Curitiba* Buenos Aires Diárias do presidente e comitiva (assessores e magistrado­s)

Devienne também vai mais à capital federal (foram 14 viagens este ano), mas divide com as idas a outros lugares.

Internacio­nalmente, já foi à Argentina e ao México, acompanhar eleições locais.

Na maioria das vezes, viajou a eventos como posses, solenidade­s, congressos ou encontros.

Também voou a Ribeirão Preto para presenciar a troca Belém São Luís Brasília* OUTRAS VIAGENS Como viajaram os presidente­s em anos anteriores, em nº de dias úteis 35 de comando do policiamen­to. Segundo ele, o objetivo foi presenciar a posse do coronel Washington Luiz Gonçalves Pestana, que “prestou relevantes serviços como assessor militar no TRE e também no TJ”, visitar “as instalaçõe­s dos cartórios eleitorais do município” e se reunir com juízes eleitorais.

Devienne ainda foi à Câmara duas vezes para tratar de um projeto de lei que cria cargos efetivos, comissiona­dos e funções comissiona­das para o tribunal.

O custo é de R$ 2,9 milhões, mas ele afirma que há uma defasagem na quantidade de servidores em relação aos 33 milhões de eleitores do Estado. Também diz que há previsão na Lei Orçamentár­ia Anual para implantaçã­o deses cargos.

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Divulgação - 13.jan.2009/TRE-SP O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Mário Devienne Ferraz
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*Viajou mais de uma vez

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