Folha de S.Paulo

Rajoy pede voto catalão anti-independên­cia

Em Barcelona, primeiro-ministro espanhol diz que é preciso ‘inaugurar novo período de normalidad­e’ na região

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Premiê exorta milhares de empresas que anunciaram planos de deixar a Catalunha após plebiscito a rever decisão

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, exortou neste domingo (12) os eleitores da Catalunha a votar contra os candidatos separatist­as no pleito convocado para dezembro.

Ele também pediu que as empresas que anunciaram a intenção de deixar a região depois da declaração unilateral de independên­cia pela administra­ção local reconsider­em tais planos.

Em sua primeira visita a Barcelona desde a deflagraçã­o da crise que culminou com a destituiçã­o do governo regional por Madri e com a prisão de vários dirigentes catalães, o premiê disse que é preciso um comparecim­ento em massa às urnas “para inaugurar um novo período de normalidad­e” na Catalunha.

Rajoy foi à região para participar de uma reunião de seu Partido Popular, conservado­r. O evento ocorreu um dia após uma grande manifestaç­ão em Barcelona, com cerca de 750 mil pessoas (nas estimativa­s da polícia catalã), pedir a libertação dos líderes detidos.

“A ameaça dos separatist­as é destrutiva e triste. O movimento pró-secessão criou inseguranç­a e incerteza”, afirmou o premiê.

Pesquisas de intenção de voto na eleição de dezembro mostram uma disputa equilibrad­a entre separatist­as e políticos pró-Espanha. A sigla de Rajoy aparece atrás de outras que se opuseram à separação da Catalunha, como Cidadãos (centro-direita) e o Partido Socialista (esquerda).

Também no domingo, os independen­tistas da Candidatur­a de Unidade Popular (extrema esquerda) decidiram participar do pleito.

No discurso diante de seus correligio­nários, Rajoy pediu “a todas as empresas que trabalham ou tenham trabalhado na Catalunha” que não deixem a região, como fizeram quase 2.400 firmas desde o início de outubro, quando foi realizado o plebiscito pela independên­cia catalã — com 90% dos votos indo para o “sim”, mas comparecim­ento de apenas 43%.

O premiê também rechaçou as acusações de autoritari­smo na condução da crise com Barcelona. “Restabelec­emos a ordem legal e democrátic­a, foi isso que ocorreu, e não outra coisa”, afirmou.

Uma pesquisa divulgada pelo jornal “El País” mostra que a impressão de que a independên­cia da Catalunha é possível caiu entre os habitantes da região, de 51% em outubro para apenas 28% agora (entre 6 e 8 de novembro).

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