Folha de S.Paulo

É surpresa. Você verá quando for lançado.

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Existe um provérbio persa que diz: quando um louco joga uma pedra em uma roda, cem sábios não conseguem tirá-la de lá. Não podemos fazer nada contra Trump.

Se o acordo for cancelado, o povo iraniano vai sofrer, a inflação e o desemprego vão subir [com a volta de algumas sanções]. Os linhas-duras no Irã estão torcendo para isso, porque aí a sociedade ficará mais isolada, o clima de hostilidad­e os ajudará. Eles precisam do conflito com os EUA para sobreviver.

Mas o povo iraniano tem um espírito, um comportame­nto nacional: eles parecem ter se resignado com a situação, fingem concordar, mas não aceitam, apenas resistem de outras maneiras. Hoje em dia, o povo iraniano não assiste a seus filmes?

Mesmo antes da condenação, eu já enfrentava esse problema. Nos festivais de cinema daqui, sempre era o primeiro a entregar meu filme para os organizado­res, que nunca o aceitavam. Depois que o filme era escolhido para festivais internacio­nais, começavam a entrar cópias ilegais, e as pessoas assistiam. Algumas TVs baseadas fora do Irã também os exibem. O sr pode dar entrevista­s? Em tom cômico, acompanha garotas que gostariam de ver uma partida de futebol, mas são proibidas por lei de fazê-lo. Ganhou o Prêmio do Júri em Berlim Ouro Carmim (2003) Com roteiro de Abbas Kiarostami, drama mostra um entregador de pizza que mergulha na corrupção e violência urbana. Conquistou prêmio na mostra Um Certo Olhar em Cannes

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