Folha de S.Paulo

Médica era ativista da saúde das mulheres

- MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA (1953-2017) KELLY MANTOVANI CIRO GONÇALVES DIAS JÚNIOR - Aos 77, solteiro. Deixa a mãe, a irmã, familiares e amigos. No dia 8, Crematório Vila Alpina. CIRO GONÇALVES DIAS JÚNIOR - Nesta terça (14) às 19h, Paróquia de São Luís Gonz

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De infância pobre, Fátima Oliveira desde cedo tinha o sonho de ser médica e lutar por seu povo na pequena Graça Aranha (381 km de São Luís).

No entanto, o desejo de exercer o ofício era visto como algo difícil pela família. A pedido, cursou o magistério — seria professora caso não conseguiss­e passar no concorrido vestibular de medicina da UFMA (Universida­de Federal do Maranhão).

Não demorou muito. Passou de primeira, aos 17 anos. Na cidade, foi sócia de um hospital, trabalhou em sua clínica e na rede pública.

No final dos anos 80, mudou-se para Minas Gerais, onde trabalhou por mais de 30 anos no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte e deu aulas em cursos técnicos e de pós-graduação. Na mesma época, começou a militar no PC do B e adotou como bandeiras a defesa do SUS, da saúde das mulheres e a luta contra o racismo.

Quase não tinha folgas, pois conciliava o trabalho com a agenda do partido, dando palestras e participan­do de movimentos sociais feministas Brasil afora. Foi também colunista do jornal mineiro “O Tempo”.

Lia avidamente —de dois a três livros por vez. Também atacou de escritora, tendo dez obras publicadas. Adorava cozinhar e comer bem, além de ser festeira e cheia de vida, lembra a filha Débora.

Seu mantra era: “A vida é sempre um estar indo e o rumo é você quem dá”. Se aposentou em 2014 e voltou à cidade onde nasceu.

Morreu no dia 5, aos 64, de câncer. Deixa quatro filhos e dois netos —a primogênit­a, Débora, segue seus passos na militância feminista. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA

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