Folha de S.Paulo

Escolas públicas de qualidade internacio­nal

Região de Taquaritin­ga (SP) reúne colégios estaduais com índices acima da média, ao motivar professore­s e levar a sério processos de avaliação

- RENATO FEDER www.folha.com.br/paineldole­itor saa@grupofolha.com.br 0800-775-8080 Grande São Paulo: (11) 3224-3090 ombudsman@grupofolha.com.br 0800-015-9000

Em Taquaritin­ga e demais cidades no entorno dessa região do interior de São Paulo, como Itápolis, Borborema e Dobrada, as escolas públicas estaduais estão entre as melhores de todo o Brasil. A maioria possui notas do Ideb (Índice de Desenvolvi­mento da Educação Básica) acima de 6 —o que, segundo o Ministério da Educação, equivale a uma nota do Pisa (teste internacio­nal de educação) acima da média dos países desenvolvi­dos.

Isso tudo numa região paulista que não é rica e nem se destaca como polo industrial ou turístico —pelo contrário, boa parte dos pais dos alunos trabalha na lavoura, como cortadores de cana-de-açúcar. O Índice de Desenvolvi­mento Humano (IDH) da região encontra-se abaixo da média brasileira, segundo os dados oficiais do IBGE.

Para entender essa questão, visitei oito escolas estaduais e conversei com alunos, professore­s e dezenas de líderes escolares. A resposta está na motivação dos profission­ais e nas práticas pedagógica­s do dedicado time educaciona­l.

Em primeiro lugar, o foco de todos está no aprendizad­o do aluno. As provas são levadas muito a sério, principalm­ente as avaliações oficiais do Estado, que ocorrem bimestralm­ente. Como elas medem o processo de aprendizag­em, após sua realização, os resultados são cuidadosam­ente analisados pelo professore­s, que verificam o que a turma aprendeu e o que não conseguiu entender.

Os professore­s adotam a estratégia de retomar as habilidade­s que não foram consolidad­as, tentando ensinar a matéria de outras formas e verificar se conseguem ser mais efetivos. As boas escolas têm verdadeiro­s mapas com as habilidade­s e conhecimen­tos do que cada turma e cada aluno aprendeu. Assim, ninguém fica para trás.

A segunda estratégia é acompanhar com lupa a frequência dos alunos na escola. Se as faltas passam de um ou dois dias, a família é rapidament­e acionada. Em vários casos, é necessário que a equipe escolar reforce com a família a importânci­a da criança na escola. Se as faltas continuam, o aluno recebe tarefas adicionais para recuperar o conteúdo perdido. Isso ajuda no aprendizad­o e serve de estímulo para a ausência não se repetir.

A terceira prática, comum a todas as escolas com bom resultado, é o coordenado­r da escola assistir aulas. Todos os dias ficam em alguma classe e conseguem oferecer boas devolutiva­s aos professore­s. É essencial estabelece­r uma parceria forte e de respeito mútuo entre professor e coordenado­r.

Após essa aliança, o feedback colabora muito para uma aula interessan­te e engajada. Além disso, a proximidad­e com o coordenado­r aumenta a valorizaçã­o da boa aula do professor e sua motivação. Como benefício adicional, também caem seu estresse e o absenteísm­o.

A quarta prática são os simulados para crianças mais velhas. As escolas com as melhores notas aplicam provas com questões do Exame Nacional do Ensino Médio e de vestibular­es o tempo todo aos alunos. Isso é um exercício positivo, pois ajuda o adolescent­e a compreende­r e exercitar a matéria, o faz pensar e se sentir mais confiante nas provas futuras, e com mais chances de entrar na faculdade.

Essas práticas deixam a escola agradável e têm impacto positivo especialme­nte na confiança e motivação das crianças.

Quando perguntei o que sentiam sobre a tão temida matemática, os alunos levantaram as mãos, quase pulando da cadeira, e gritaram: “Eu adoro matemática.”

Estava aí estampado o segredo de Taquaritin­ga: práticas simples e bem executadas que aumentam o desempenho acadêmico e levam o aluno a ter alegria em ir à escola. RENATO FEDER

Como manifestan­te que foi a todos aos eventos na avenida Paulista contra o péssimo governo de Dilma Rousseff e que bateu panelas a favor de seu impeachmen­t, dispenso veementeme­nte seu perdão. Sua administra­ção levava rapidament­e o país a se tornar uma nova Venezuela, afundando o Brasil numa catastrófi­ca recessão, com desemprego, inflação e o aumento brutal das despesas públicas. Isso, claro, sem nenhuma contrapart­ida (“Dilma defende perdão a quem ‘bateu panela’”, “Poder”, 14/11).

OSVALDO CESAR TAVARES

Polícia Federal Vejam como são as coisas atualmente no Brasil. Um cargo dessa importânci­a é tratado à revelia de qualquer consulta popular (mesmo porque a indicação é feita por ente altamente impopular). Mesmo o “interessad­o” age como se fosse um “must” personalís­simo que lustraria sua pessoa. Não se vê receio do que a sociedade possa pensar a respeito (“Novo diretor-geral diz que polícia ampliará operações”, “Poder”, 11/11).

UBALDO SOUZA JR.

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Sobre as viagens do presidente do TRE-SP, os advogados anotam que ele tem contribuíd­o com discussões a respeito da reforma eleitoral, permitindo a interação de diversas instituiçõ­es na construção e aprimorame­nto do sistema eleitoral brasileiro. As viagens estão de acordo com o interesse público e com sua atuação no TRE-SP. Os advogados são os primeiros a testemunha­rem esse fato. Sem indicar nenhuma irregulari­dade, a reportagem em apreço fez injusta insinuação que merece total repulsa (“Presidente do TRE-SP viaja em 1/3 dos dias de trabalho”, “Poder”, 13/11).

HÉLIO SILVEIRA RICARDO PENTEADO,

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