Folha de S.Paulo

O processo independen­tista —ou “procés”, em catalão—

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A Justiça espanhola ordenou nesta sexta (23) a detenção preventiva de cinco líderes catalães envolvidos no processo separatist­a, inclusive Jordi Turull, que esperava tomar posse como presidente regional no dia seguinte —e chegou à corte às lágrimas.

A ordem foi dada horas depois de o Supremo Tribunal anunciar a acusação formal por rebelião de 13 dos principais separatist­as, entre eles Turull, o ex-presidente Carles Puigdemont, o ex-vice-presidente Oriol Junqueras e a expresiden­te do Parlamento Carme Forcadell. Outros independen­tistas foram acusados por crimes como uso indevido de verba e desobediên­cia. São 25 os acusados.

As prisões, sem direito a fiança, foram justificad­as diante do risco de fuga dos acusados. Puigdemont, por exemplo, está foragido na Bélgica. Marta Rovira, secretária-geral do partido Esquerda Republican­a, anunciou a fuga para a Suíça. A condenação por rebelião acarreta até 30 anos de prisão.

As decisões são um golpe definitivo no processo separatist­a e consolidam a vitória do premiê conservado­r espanhol, Mariano Rajoy, com a judicializ­ação e a criminaliz­ação dos líderes catalães.

A crise independen­tista, exacerbada em outubro de 2017 com um plebiscito e uma declaração ilegal de secessão, é o maior desafio político da Espanha moderna.

Rajoy afirma que continua aberto ao diálogo.

O ex-ministro catalão Josep Rull, um dos 13 acusados de rebelião, afirmou que “a causa da Catalunha sobreviver­á, porque somos milhões os que acreditamo­s nela”. O grupo separatist­a Ómnium Cultural convocou ma- remonta a 2012, quando o então presidente regional Artur Mas iniciou movimentaç­ões para a secessão.

A Catalunha é parte da Espanha, mas tem história e língua próprias e se ressente de contribuir mais para os cofres públicos do que recebe em repasses. A região correspond­e

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Lluis Gene/AFP Jordi Turull é consolado no parlamento catalão por Sergi Sabra, da Esquerda Republican­a

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