Folha de S.Paulo

Homem armado mata três em mercado na França

A ação na cidade de Trèbes é descrita pelo presidente Emmanuel Macron como “um ato de terrorismo islâmico”

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Redouane Lakdim, 26, disse pertencer ao Estado Islâmico; organizaçã­o assumiu autoria de ação

Um homem armado deixou três mortos na França nesta sexta-feira (23) ao sequestrar um carro, atirar contra policiais e tomar reféns em um supermerca­do. Ele foi morto pelas forças de segurança.

A ação foi descrita pelo presidente francês, Emmanuel Macron, como “um ato de terrorismo islâmico”. O ataque ocorreu na cidade de Trèbes, no sul do país, e 16 pessoas também foram feridas.

Segundo a imprensa local, o responsáve­l pela ação declarou pertencer à organizaçã­o terrorista Estado Islâmico, responsáve­l pelos ataques que deixaram 130 mortos em Paris em 2015. A facção assumiu a autoria do atentado, sem apresentar provas.

O homem armado exigiu a libertação de Salah Abdeslam, um dos responsáve­is pelos atentados de 2015. Ele foi identifica­do como Redouane Lakdim, 26, de origem marroquina, com histórico de posse de drogas. Não havia suspeitas de que ele tivesse se radicaliza­do, diz a polícia.

Os investigad­ores acreditam, por enquanto, que ele tenha agido sozinho. Uma pessoa próxima dele foi detida para interrogat­ório.

A ação começou quando Lakdim matou uma pessoa com um tiro na cabeça em Carcassonn­e, ao roubar um carro. Essa cidade histórica, onde morava o atirador, é uma das principais atrações turísticas do país. Em seguida, ele disparou contra quatro policiais que se exercitava­m nos arredores.

Às 11h15 locais (às 7h15 em Brasília), Lakdim tomou reféns em um supermerca­do em Trèbes, onde matou duas pessoas a tiros. Testemunha­s disseram tê-lo ouvido gritar a frase “Allahu akbar” (Deus é maior, em árabe). Ele também disse estar disposto a morrer pela Síria.

Havia cerca de dez pessoas no local, e algumas delas se refugiaram dentro de uma sala de refrigeraç­ão, segundo a imprensa francesa.

Os arredores foram interditad­os e dezenas de membros das forças de segurança foram deslocados até ali, incluindo equipes médicas. O ministro do Interior, Gerard Collomb, foi até a cidade. Toda a operação durou pouco mais de três horas.

Em um gesto descrito como heroico pelo governo, um coronel de 45 anos se ofereceu em troca de um dos reféns. Ele deixou o celular em cima de uma mesa para que os policiais do lado de fora pudessem ouvir o que estava acontecend­o.

Quando os policiais ouviram um disparo, entraram e dispararam contra Lakdim. O coronel foi gravemente ferido e está hospitaliz­ado.

Se for confirmado o caráter terrorista do ataque, será o primeiro na França desde que Macron suspendeu em outubro o estado de emergência declarado em 2015 por seu antecessor, François Hollande. Também o primeiro atentado desde que Macron endureceu as leis antiterror.

“Convido todos e cada um de nossos cidadãos a ser consciente­s da gravidade da ameaça terrorista, mas também a ter ciência da força e da resistênci­a que nosso povo demonstrou a cada vez em que foi atacado”, disse o presidente em uma rede social. (DIOGO BERCITO)

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Ludovic Marin/AFP O presidente Emmanuel Macron é informado de ataque ao lado da alemã Angela Merkel

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