Obras do Itaú eram da Biblioteca Nacional
Perícia confirma reportagem da na qual ladrão disse ter vendido gravuras a colecionador ligado ao instituto
Ex-marido de herdeira do banco, Ruy Souza e Silva nega ter adquirido as obras furtadas; o Itaú Cultural as comprou dele
As gravuras de Emil Bauch que ficaram expostas por quatro anos no Itaú Cultural são as mesmas que foram furtadas da sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, há 14 anos.
O resultado da perícia realizada por especialistas foi divulgado às 12h35 desta sextafeira (23), em entrevista na instituição carioca. As obras foram submetidas à análise no Rio após reportagem da Folha publicada em 14/3.
O ladrão de obras raras Laéssio Rodrigues de Oliveira revelou à reportagem que vendeu o material furtado ao colecionador Ruy Souza e Silva, ex-marido de Neca Setubal, herdeira do banco Itaú. O instituto adquiriu as obras dele, que afirma ter comprado o material em Londres.
“Estamos estarrecidos e tristes”, afirmou o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron.
“Jamais fomos questionados por autoridades sobre essas obras. O primeiro questionamento veio da Folha de S. Paulo, há duas semanas. Reitero que temos parceria coma Biblioteca Nacional para tirarmos dúvidas de quaisquer obras que vierem a surgir.”
O Itaú Cultural e a Biblioteca Nacional firmaram acordo segundo o qual cerca de 30 outras gravuras do instituto paulista poderão passar por perícia ainda neste mês.
“É um momento difícil, até doloroso, mas a restituição é o grande ganho”, disse a presidente da BN, Helena Severo. As gravuras foram devolvidas. ANÁLISES O perito judicial que coordenou a vistoria técnica, Joaquim Marçal de Andrade, deu exemplos de como chegou a sua conclusão sobre a procedência das obras de Bauch que representam o Recife, reunidas no álbum “Souvenirs de Pernambuco” e impressas na Alemanha em 1852.
O primeiro foi a exibição de duas fotos da gravura “Rua da Cruz”, uma delas tirada na Bi-