Folha de S.Paulo

Alckmin tem pior desempenho do PSDB ao Planalto desde 1994

- -Gustavo Uribe e Talita Fernandes

brasília Com dificuldad­es de alavancar sua candidatur­a presidenci­al, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB, tem até o momento o pior desempenho de um candidato tucano ao Planalto em pesquisas eleitorais desde 1994.

Asériehist­óricadoDat­afolha mostra que, no mês de abril, a performanc­e do paulista é só comparável à de Mário Covas, seu padrinho político, na disputa eleitoral de 1989, a primeira após a redemocrat­ização.

Em abril daquele ano, Covas, que terminou a eleição presidenci­al em quarto lugar, apresentou, no principal cenário, 6% das intenções de voto, mesmo percentual obtido por Alckmin no levantamen­to realizado no mês passado.

O resultado atribuído ao tucano é inferior ao alcançado por ele próprio em 2006, quando ficou em segundo lugar, derrotado por Lula, que disputava a reeleição.

Em abril daquele ano, ele tinha 20%, mais do que o triplo do que apresenta atualmente. Desde 1994, todos os candidatos tucanos apareciam em primeiro ou segundo lugares nas pesquisas eleitorais, com um desempenho de pelo menos 14%, no pior dos cenários. pior desempenho de um candidato tucano

Em São Paulo, onde foi governador por quatro vezes, Alckmin apareceu empatado com Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O indicador é o que mais preocupa o tucanato. O estado é governado pelo PSDB há 20 anos e, no último pleito, Alckmin se reelegeu no primeiro turno, mesmo com a crise hídrica.

Sob pressão da cúpula do partido, ele decidiu mudar de postura. Alckmin reavaliou estratégia de aproximaçã­o com o MDB, de Michel Temer, e adotou discurso mais próximo do campo da direita, como a defesa da facilitaçã­o do porte de armas no ambiente rural.

A dificuldad­e em se viabilizar tem afastado aliados tradiciona­is, como o DEM e o PSD, e estimulado um setor do partido a pensar em um “Plano B”, com o ex-prefeito de São Paulo João Doria.

Na avaliação desse grupo, majoritari­amente de São Paulo, por não ter uma imagem diretament­e identifica­da com a política tradiciona­l, Doria estaria mais próximo do perfil “outsider” buscado por boa parte do eleitorado.

Doria é pré-candidato ao governo e nega a intenção de concorrer ao Planalto, mas, em conversas reservadas, aliados dizem que ele não descarta a disputa presidenci­al caso seja convocado pelo partido.

de 6% a 8%

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