Argentina tenta acabar com jejum de 25 anos sem títulos
Técnico Jorge Sampaoli anuncia nesta segunda (21) lista de 23 convocados
são paulo Se tudo correr bem para o técnico Jorge Sampaoli, em 4 de julho a seleção argentina estará se preparando para jogar as quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. Será neste dia que o país vai completar 25 anos sem um título da seleção principal.
Nesta segunda (21), o treinador anuncia os 23 jogadores que formarão o grupo que tentará acabar com o jejum.
A última conquista foi a Copa América de 1993, quando venceu o México por 2 a 1, no Equador. Os dois gols foram de Gabriel Batistuta. O camisa 10 daquela seleção era Diego Simeone, hoje técnico do Atlético de Madri (ESP).
“É difícil explicar isso para o torcedor, não é? Uma seleção como a da Argentina ficar 25 anos sem ganhar títulos... É complicado”, afirma para a Folha o goleiro Sergio Goycoechea, que levou o time em 1993 à decisão com defesas nas disputas de pênaltis contra Brasil nas quartas de final e Colômbia na semifinal.
Não havia qualquer indicação na época de que um jejum de duas décadas e meia estava prestes a começar. Era o segundo título da Copa América consecutivo da Argentina, que já havia sido campeã em 1991. Havia chegado às duas decisões de Mundial anteriores e vencido em 1986.
“Aquela [seleção de 1993] não era uma equipe que sentiria a pressão de decidir um torneio. Coco [o técnico Alfio Basile] montou um time de jogadores experientes, acostumados a vencer. Vencer é um hábito no futebol. Você precisa se acostumar a isso”, afirma Gabriel Batistuta, segundo maior artilheiro da história da seleção (56 gols), atrás apenas de Messi.
Basile levaria a Argentina no ano seguinte à Copa do Mundo dos Estados Unidos e cairia nas oitavas de final, diante da Romênia. Suspenso por doping, Maradona viu das tribunas e chorou a eliminação.
“Aquele título da Copa América virou lembrança e talvez não seja lembrado como deveria”, diz Basile. “Veja que [o jejum] não é uma questão de futebol ruim. A Argentina se classificou para todas as Copas do Mundo. Se excluir o torneio de 2002, esteve sempre nas fases decisivas. Seria uma injustiça enorme se Messi se aposentasse da seleção sem um título”, afirmou.
Nos últimos 25 anos, a Argentina disputou sete finais e perdeu todas. Foi vice-campeã na Copa América em 2004 (derrota para o Brasil), 2007 (Brasil), 2015 e 2016 (ambas para o Chile). Caiu na decisão da Copa das Confederações de 1995 (perdeu para a Dinamarca) e 2005 (Brasil).
Pior de todas, levou gol de Götze na prorrogação e foi superada pela Alemanha na final da Copa do Mundo de 2014.
“Houve boas campanhas. Lionel Messi Paulo Dybala Jorge Sampaoli
O atual técnico da seleção argentina ainda treinava equipes de base e não tinha feito nenhum trabalho em times profissionais São três finais nos últimos quatro anos, duas perdidas nos pênaltis (2015 e 2016). Mas se você perde no momento decisivo, fica uma imagem ruim”, constata Batistuta, que defende a presença de Gonzalo Higuaín como camisa 9 da seleção no Mundial da Rússia.
O centroavante da Juventus foi responsabilizado pelas derrotas recentes por causa dos gols que perdeu nas finais. Para Batistuta, que disputou três Mundiais (1994, 1998 e 2002), os torcedores não compreendem a dificuldade que o atacante enfrenta diante do gol em uma situação limite.
A Argentina foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2004 (Atenas) e 2008 (Pequim), mas são competições sub-23 que a equipe sequer disputa com uniforme oficial. A medalha de ouro de 2008 é a única de Messi por seu país.
São 25 anos em que a Argentina foi vítima de seleções mais preparadas (Alemanha na Copa de 2010, por exemplo), de nervosismo (Uruguai na Copa América de 2011), azar (a bola na trave de Batistuta contra a Holanda, nas quartas de final do Mundial de 1998) e até da idiossincrasia de seus vários treinadores no período.
Daniel Passarella não levou Fernando Redondo, o maior volante de sua geração, para a França em 1998 porque o jogador se recusou a se enquadrar no modelo estético determinado pelo treinador. Passarella não convocava ninguém que tivesse cabelo comprido. Campanhas das seleções de Brasil e Argentina em competições oficiais Copa América Copa do Mundo Copa América Copa das Confederações Copa América Copa das Confederações Copa do Mundo Copa América Copa das Confederações Copa América Copa das Confederações Copa do Mundo Copa das Confederações Copa América Copa das Confederações Copa do Mundo Copa América Copa das Confederações Copa do Mundo Copa América Copa das Confederações Copa do Mundo Copa América Copa América Copa das Confederações TITE E COMISSÃO TÉCNICA CHEGAM À GRANJA COMARY
são paulo Tite, treinador da seleção brasileira, e os membros da comissão técnica da equipe chegaram neste domingo (20) à Granja Comary, em Teresópolis (RJ), local onde o time fará a primeira etapa de treinos para a Copa do Mundo da Rússia.
A chegada dos jogadores está prevista para esta segundafeira (21). Dos 23 convocados, três não se apresentarão em Teresópolis: o volante Casemiro, o lateral Marcelo, ambos do Real Madrid, e o atacante Firmino, do Liverpool.
Eles disputam no próximo sábado (26) a final da Liga dos Campeões da Europa, em Kiev (Ucrânia), e só ficarão à disposição do treinador brasileiro a partir do dia 28, quando a seleção iniciará a segunda fase da preparação para o Mundial, em Londres.