Folha de S.Paulo

BRASIL DERROTA ARGENTINA POR 1 A 0 EM AMISTOSO, COM GOL NOS ACRÉSCIMOS

Escalados juntos por Tite, Firmino e Gabriel Jesus passam em branco no 4º amistoso após a Copa

- Waleed Ali/Reuters

Observado por Firmino e ao lado de Marquinhos (13), o zagueiro Miranda comemora seu gol, aos 48 minutos do 2º tempo, em jogo na Arábia Saudita sem Messi, que após a Copa do Mundo decidiu não atuar pela Argentina até o fim do ano; o ataque da seleção, com Neymar mais recuado, decepciono­u

BRASIL 1 ARGENTINA 0

No primeiro teste real da seleção brasileira após a Copa do Mundo da Rússia, a equipe de Tite venceu a Argentina por 1 a 0 nesta terça (16), em Jiddah, na Arábia Saudita.

O único gol da partida foi marcado por Miranda, aos 48 minutos do segundo tempo, após cobrança de escanteio.

Foi o primeiro desafio real para o treinador antes da Copa América de 2019, no Brasil. Era improvável que ele conseguiss­e tirar algum proveito das partidas anteriores, quando venceu Estados Unidos, El Salvador e Arábia Saudita.

O amistoso contra a Argentina consolidou a posição de Neymar como meia-atacante centraliza­do e com total liberdade em campo. Algo que ele já vinha fazendo no Paris Saint-Germain (FRA) e que, de certa forma, espelha o posicionam­ento de Lionel Messi na seleção argentina.

Mas não houve confronto entre os dois. Messi se exilou da seleção após a queda na Copa e decidiu que neste ano não atuará pelo país. A situação deverá ser revista em 2019.

Entre as observaçõe­s possíveis de Tite esteve a parceria entre Gabriel Jesus e Roberto Firmino no ataque. Nenhum dos dois atuou bem.

Firmino fez 90 minutos apagados, mas permaneceu em campo. Jesus foi substituíd­o no segundo tempo por Richarliso­n, atacante do Everton (ING) e um dos atletas observados mais de perto por Tite.

A CBF ficou com um troféu oferecido pelos organizado­res da excursão, que considerar­am os amistosos entre Brasil, Argentina, Arábia Saudita e Iraque um torneio. Na sexta (12), a seleção havia vencido a Arábia Saudita por 2 a 0.

À exceção da questão financeira, é discutível o benefício dos amistosos. A seleção brasileira foi criticada por atuar no país, que está sob suspeita de assassinar o jornalista oposicioni­sta Jamal Khashoggi, o que causou uma crise política. Pelos dois jogos, a CBF faturou cerca de R$ 6 milhões.

A temperatur­a durante o jogo era de 31°C, mas a sensação térmica chegou a 37°C. Isso fez com que o árbitro parasse a partida nos dois tempos para os jogadores se hidratarem. Serve como prévia do que deve acontecer na Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Qatar. O torneio acontecerá no final do ano pela primeira vez na história.

“As condições eram péssimas para jogar, o calor do Nordeste [brasileiro] é parecido”, disse Filipe Luís à TV Globo.

A atuação das equipes não foi boa, e a partida não teve muitas chances de gol. Se o Brasil atuava com a mesma base do último Mundial, a Argentina passa por reformulaç­ão.

O jogo tinha relevância para Lionel Scaloni. O treinador interino sonha em ser efetivado na sua seleção. Se isso acontecer, uma porta pode se abrir para atletas que, quando a Argentina era comandada por Jorge Sampaoli, não tinham chance ou confiança. Como o zagueiro Pezzella, o volante Battaglia e Dybala.

Este último foi à Rússia, mas, como o ex-técnico acreditava que o meia-atacante da Juventus (ITA) era reserva de Messi, ele quase não entrou.

Esperava-se que Tite escalasse o Brasil com um trio formado por Arthur, Casemiro e Renato Augusto no meio-campo, mas ele privilegio­u uma formação teoricamen­te mais ofensiva, com Philippe Coutinho aberto pela esquerda.

É esperado que o técnico volte a chamar jogadores que fizeram parte do elenco na Copa, mas não foram à Arábia Saudita, como o volante Paulinho, o lateral Fagner e os meias Willian e Douglas Costa.

Eles podem receber chance em 16 de novembro, quando o Brasil fará amistoso contra o Uruguai, em Londres.

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AFP
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Autor do gol no fim, Miranda (à dir.) abraça Arthur após a vitória

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