Folha de S.Paulo

Novo governo atende a expectativ­as, diz Lazari

Para presidente do Bradesco, primeiros anúncios são temas que todos ‘reconhecem que são importante­s’ e ‘desejados’

- Tássia Kastner

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que os primeiros anúncios econômicos do governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL) são temas que “todo o mundo reconhece que são importante­s”.

“Então temos aquilo que é desejado por todos e parece que está sendo discutido”, disse Lazari.

O executivo, diferentem­ente de seus pares do Itaú e do Santander, não citou reformas que considera importante­s e não comentou nenhum ponto em debate sobre propostas do atual governo.

Nesta quinta-feira (1º), foi apresentad­a uma das propostas de reforma da Previdênci­a entregues a Bolsonaro, capitanead­a pelo economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central.

Na segunda-feira (29), o presidente eleito havia mencionado a possibilid­ade de apoiar a aprovação do texto que já tramita no Congresso, proposto pelo governo Michel Temer (MDB).

Ainda no conjunto de medidas econômicas de Bolsonaro, foi anunciada a criação de um superminis­tério da Economia (Fazenda, Planejamen­to e Indústria, Comércio Exterior e Serviços), sob o comando de Paulo Guedes. Outras fusões já estão em debate.

Candido Bracher, presidente do Itaú, afirmou que a reforma da Previdênci­a é prioritári­a, mas defendeu também mudanças em educação para o aumento de produtivid­ade do país.

O presidente do Santander, Sergio Rial, disse ser primordial que o novo governo destrua monopólios no sistema financeiro, como os de folha de pagamento e dos depósitos recursais.

Lazari, por sua vez, comentou falas mais polêmicas de Bolsonaro, como as críticas à imprensa.

O presidente eleito fez ataques à Folha. No mais recente, em entrevista ao Jornal Nacional, afirmou que “por si só, esse jornal se acabou”.

Lazari afirmou que a Constituiç­ão assegura a liberdade de pensamento e que nesse tópico está incluída a liberdade de imprensa.

“Liberdade de imprensa e democracia são cláusulas pétreas. Onde houver espaço para a liberdade de imprensa vai haver consolidaç­ão da democracia”, afirmou.

Questionad­o sobre posições polêmicas contra negros e mulheres, Lazari disse que “não há discussão”.

“O banco é defensor de princípios democrátic­os, não temos nenhuma dúvida e nenhum titubeio em relação a isso”, afirmou.

Lazari falou a jornalista­s em teleconfer­ência para detalhar os resultados do banco no terceiro trimestre deste ano.

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