Ótima representação da relação entre pai e filha é ponto forte de peça sobre o tempo
É raro no teatro para crianças em São Paulo um espetáculo destacar —e tão bem— a relação entre pai e filha. Em “A Menina e o Tempo”, da Trupe Pé de Histórias”, Nina (Naya Sá) e o pai (Tucci Fattore) dividem o dia a dia e diálogos sobre os sentidos do tempo.
A cena inicial apresenta a mistura do que se verá a seguir. Uma efêmera, cuja vida tem a duração de horas, dança, canta e sonha sobre sua existência. O espectador acompanha então pai e filha nas tarefas rotineiras, com pressa, e fazendo planos para se divertirem, mas sem largar os olhos dos celulares.
Os personagens conversam sobre a velocidade do tempo nos bons momentos e sua demora a passar quando alguma situação envolve emoções e expectativas.
Eles fazem negociações para equilibrar a escola, os cursos extras, os aplicativos de jogos no celular e o tempo do brincar.
O mérito do espetáculo (com texto e criação musical de Sá, Fattore e Luís Santiago Málaga) é transcender o cotidiano ao partir para as metáforas do tempo, seja com canções ou com personagens como uma tartaruga que sabe criar trocadilhos inteligentes.