Folha de S.Paulo

Perto de perder votação, Trump já oferece ‘bodes expiatório­s’

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

Abrindo a quinta, no alto do liberal New York Times e do direitista Drudge Report, um novo ataque do republican­o Trump ao republican­o Paul Ryan, que preside a Câmara.

Para o NYT, foi “mensagem nada sutil: Não é culpa minha”. Para Drudge, parece busca de “bode expiatório antecipado”.

Faltando agora quatro dias para as eleições legislativ­as, a projeção de entidades apartidári­as como Cook Political Report é que os democratas alcancem maioria na Câmara —e talvez até no Senado.

Além de culpar Ryan, Trump acaba de soltar comercial “racista”, no destaque da CNN, contra imigrantes “escuros”, na descrição do NYT, ou “imigrantes violentos”, como prefere a governista Fox News.

moro vs. lula No título da agência Reuters, reproduzid­o mundo afora, “Bolsonaro nomeia juiz que prendeu seu rival”. No do NYT, “Juiz que condenou Lula assume cargo no gabinete de Bolsonaro”. Do Financial Times, “Bolsonaro nomeia juiz que ajudou a prender Lula”. Dos conservado­res europeus The Times e Le Figaro, respectiva­mente, “Bolsonaro promete alto cargo para juiz que encarcerou seu rival” e “Juiz que fez Lula cair será ministro de Bolsonaro”. Por fim, na lembrança da nova Economist, “ele prendeu Lula, que de outra forma poderia ter ganho a eleição”.

‘terminatio­n of the toucans’ Também na nova edição da Economist, “O fim dos tucanos”. Cita o apoio do “ex-lobista” João Dória a Bolsonaro, a entrada no governo Temer, o fato de o partido ser visto como “tão corrupto quanto os outros”, até concluir: “Por que o PSDB se tornou a vítima? Como os Clinton ou Tony Blair, ele pareceu datado”. Sugere ao “centro” buscar novo líder, citando, sem convicção, Luciano Huck, “um apresentad­or de TV”. Por outro lado, “apenas dois anos atrás, alguns analistas escreviam o obituário do PT, responsabi­lizado pela corrupção sistêmica. Ele sobrevive como a principal oposição a Bolsonaro”. ‘ameaça a ordem’ Depois do Huanqiu/Global Times, ligado ao PC chinês, agora é o South China Morning Post, jornal de Jack Ma, do gigante de tecnologia Alibaba, que publica editorial contra Bolsonaro. Afirma que “suas ideias de extrema direita e sua linguagem inflamatór­ia não são bem-vindas num momento em que a ordem mundial está em perigo”. Mais até, ele “ameaça a ordem mundial”. Já na manchete do britânico Guardian, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, “exalta Bolsonaro” ao anunciar mais sanções contra “as forças destrutiva­s do socialismo e do totalitari­smo que voltam a nos confrontar no hemisfério”.

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Ilustração de coluna na Economist para ‘o fim dos tucanos’

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