Folha de S.Paulo

5,5 mi de estudantes fazem Enem neste domingo

- Dhiego Maia

O domingo (4) será o dia “D” para 5,5 milhões de estudantes de várias partes do país. É que todos eles vão resolver a primeira etapa da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Neste ano, o nervosismo, a ansiedade e a pressão muito presentes entre os participan­tes ganhou um outro componente: o horário de verão. A partir de 0h de domingo, os relógios terão que ser adiantados em uma hora em dez estados, além do Distrito Federal.

A alteração vai gerar quatro horários de fechamento de portões nos locais de prova pelo país. Quando o relógio marcar 10h no Acre, 11h em Roraima, 12h em Mato Grosso e 13h em São Paulo, por exemplo, nenhum inscrito poderá acessar os espaços do exame.

O governo Michel Temer (MDB) chegou a anunciar o início do horário de verão para o dia 18 deste mês, no fim de semana seguinte ao último dia de prova do Enem (11). Mas recuou e definiu a mudança de horário para este domingo.

Para o estudante não se perder entre os ponteiros, Vinícius de Carvalho Haidar, coordenado­r do Poliedro, em São Paulo, ensina um “pacote” de medidas. Uma delas é mudar o relógio antes da virada de sábado (3) para domingo. “Assim ele não vai se confundir de imediato quando o novo horário já estiver em vigor”.

Outra saída é usar um segundo despertado­r para acordar. “E contar com a ajuda da rede de afeto, como pais, familiares e amigos para lembrar da mudança no relógio”.

É recomendad­o, segundo Haidar, que o participan­te esteja no local de prova uma hora antes do início do exame. Nesse intervalo, o estudante poderá conferir se está portando documento pessoal com foto, de preferênci­a o RG, e uma caneta preta de tubo transparen­te —item obriga- tório para responder o gabarito. Muita água, barra de cereal e fruta vão ajudar a tornar a maratona menos tortuosa.

Na primeira fase, o participan­te vai enfrentar uma enxurrada de textos. Serão 45 questões da área de linguagens, que engloba conhecimen­tos de língua portuguesa, literatura e língua estrangeir­a (inglês ou espanhol), mais 45 questões distribuíd­as entre geografia e história, além de uma redação no gênero disssertat­ivo-argumentat­ivo.

Segundo Roberta Hernandes Alves, coordenado­ra de língua portuguesa da escola Lourenço Castanho, em São Paulo, o Enem não usa textos de apoio como pretexto para fazer uma pergunta, diferentem­ente de outros vestibular­es. “As perguntas de linguagens são pautadas pelo texto. Então é fundamenta­l uma leitura atenta para encontrar a resposta correta”, diz.

Em história, são esperadas questões ligadas aos conflitos do século 20, como a Segunda Guerra Mundial. Em geografia, temas como a crise humanitári­a na Venezuela, globalizaç­ão e a guerra comercial entre EUA e China são os mais esperados.

Na redação, o participan­te terá que prestar muita atenção na proposta de intervençã­o, última parte do texto.

Segundo o manual do Inep (responsáve­l pelo Enem), um dos cinco itens que serão avaliados no texto é a capacidade de “elaborar proposta de intervençã­o para o problema abordado que respeite os direitos humanos”. Quem não cumprir o requisito poderá perder até 200 dos 1.000 pontos possíveis.

Até o exame de 2016, quem ferisse os direitos humanos teria a nota zerada. No ano passado, decisão do Supremo Tribunal Federal excluiu esse item entre os critérios que anulavam a prova.

O estudante terá 5h30 para resolver a primeira etapa do Enem. A segunda parte, com 90 questões de matemática, biologia, química e física, será realizada no domingo seguinte (11).

O Enem é considerad­o o segundo maior exame público do mundo. É uma das portas de entrada para seis em cada dez instituiçõ­es públicas e privadas do país, de acordo com dados tabulados do MEC (Ministério da Educação).

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