Folha de S.Paulo

Martelo batido

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) se prepara para apreciar 16 acordos com empresas que foram flagradas em cartel pelas investigaç­ões da Lava Jato. Os tratos devem ser fechados na segunda quinzena de novembro. Entre as companhias envolvidas nas negociaçõe­s estão a OAS, a Carioca Engenharia, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Segundo pessoas familiariz­adas com os procedimen­tos, os pactos devem resultar em cerca de R$ 800 milhões em indenizaçõ­es.

timing A previsão é a de que o tribunal do Cade avalie os acordos na sessão do dia 21 de novembro. Houve uma preocupaçã­o do conselho em afastar a definição do período eleitoral. O órgão apura mais de uma dezena de cartéis desvelados pela operação que nasceu em Curitiba.

tente outra vez Entidades que representa­m advogados articulam uma nova ofensiva para pressionar o Supremo a rever a autorizaçã­o para prisão após condenação em segunda instância. A proposta será levada ao presidente da corte, ministro Dias Toffoli.

tente outra vez 2 Os advogados que defendem novo julgamento sobre o tema argumentam que, passadas as eleições, o STF não teria motivos para adiar a retomada da discussão. Toffoli tem dito que só pensa em pautar o debate a partir de março do ano que vem.

ideia fixa O assunto sempre desperta polêmica porque o ex-presidente Lula poderia ser beneficiár­io de uma mudança. Para aliados do petista, a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) e a escolha do juiz Sergio Moro para o superminis­tério da Justiça o deixaram em uma situação ainda pior.

meio cheio Apesar da reação de parte da bancada ruralista, que é contra a medida, aliados de Bolsonaro receberam sinais do agronegóci­o de que a ideia da fundir o Ministério da Agricultur­a ao do Meio Ambiente não deve ser abandonada. Tese: se der certo, o país pode se tornar referência de produção sustentáve­l.

motivos Gustavo Junqueira, conselheir­o da Sociedade Rural Brasileira, diz que o ministro que assumisse a nova pasta poderia “pacificar visões em parte conflituos­as” e “orientar política de integração de produção e preservaçã­o”.

mais vale um na mão Assim como outros integrante­s da equipe de Bolsonaro, o general Augusto Heleno, indicado para o Ministério da Defesa, defende que ele mantenha algum veículo público e oficial para noticiar as ações do governo, a despeito dos grupos tradiciona­is de mídia.

parte pelo todo É consenso que a TV Brasil, chamada pelos bolsonaris­tas de TV do PT, deve ser extinta, mas os aliados do presidente eleito ainda discutem a possibilid­ade de manter alguma estrutura da EBC (Empresa Brasil de Comunicaçã­o) de pé.

terceira via A senadora Simone Tebet (MDB-MS) começou a se mover nos bastidores para tentar se firmar como candidata à presidênci­a do Senado. Ela busca se apresentar como uma alternativ­a a Renan Calheiros (MDB-AL) palatável aos bolsonaris­tas.

prós e contras Em tese, o partido que elege a maior bancada tem preferênci­a na eleição para a presidênci­a da Casa. Tebet é do MDB como Renan, mas não enfrenta a mesma resistênci­a que ele entre os partidário­s de Bolsonaro. Por outro lado, não tem a mesma capacidade de articulaçã­o do correligio­nário alagoano.

pau a pau Integrante­s do PSD esperam alcançar o mesmo tamanho que a bancada do PSDB tem no Senado. A sigla de Gilberto Kassab (PSD) elegeu sete senadores, mas trabalha para atrair ao menos mais dois parlamenta­res de legendas nanicas para chegar a nove cadeiras, como os tucanos.

tesoura Aliados do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), dizem que ele quer seguir os passos de Bolsonaro e enxugar a máquina do estado, cortando secretaria­s. A determinaç­ão já foi repassada à equipe de transição, que vai estudar alternativ­as.

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