Folha de S.Paulo

Incêndio atinge hospital no Rio e três pacientes morrem em transferên­cia

Fogo destruiu Coordenaçã­o de Emergência da Barra da Tijuca; unidade abrigava 50 pacientes

- Sérgio Rangel

Um incêndio na tarde deste sábado (3) destruiu a Coordenaçã­o de Emergência Regional da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

Pelo menos três pacientes que estavam internados morreram durante o processo de transferên­cia, após terem seus equipament­os desligados, informou o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).

A situação desses pacientes era delicada. Um deles tinha 83 anos. Segundo Crivella, 50 pacientes estavam internados na unidade. Pelo menos 20 se encontrava­m em estado grave.

As pessoas que estavam internadas no local foram transferid­os para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, que fica no terreno ao lado da unidade atingida. Alguns pacientes foram levados para hospitais federais no Rio de Janeiro.

A Prefeitura do Rio ainda não havia informado até as 20h de sábado o estado de saúde dos doentes transferid­os.

No início da noite, funcionári­os da prefeitura começaram a informar aos parentes dos internos o estado de saúde de cada pessoa. Até as 18h, a prefeitura ainda não havia divulgado os nomes dos mortos.

Ainda de acordo com o prefeito, o incêndio teria inicia-

“Começou no horário de visita e muitos parentes ajudaram na transferên­cia. Se fosse em outro horário, a tragédia seria maior Rosilene Vieira mulher de um dos pacientes

do no laboratóri­o.

A doméstica Rosilene Vieira acompanhav­a o marido, internado na sala amarela desde quarta-feira (31). Ela contou que cerca de 30 pessoas estavam sendo atendidas no mesmo local.

“Foi desespero total. A fumaça começou a invadir a sala dos internados”, disse. “O incêndio começou no horário de visita e muitos parentes ajudaram na transferên­cia. Se fosse em outro horário, a tragédia seria maior”, completou ela.

O centro atingido pelo fogo também abriga uma UPA (Unidade de Pronto Atendiment­o), que recebe cerca de 900 pessoas diariament­e.

As chamas tiveram início no segundo andar, onde funciona o dormitório e centro de refeição dos funcionári­os. Os bombeiros conseguira­m controlar o fogo por volta das 17h.

Polícias e bombeiros dariam início, ainda no início da noite de sábado, à perícia para saber o que provocou as chamas.

A unidade atende moradores da região da Barra da Tijuca e Jacarepagu­á. A Coordenaçã­o de Emergência Regional Barra funciona como uma porta de entrada do Hospital Municipal Lourenço Jorge. Os pacientes de urgência e emergência são atendidos no local, e casos de trauma ou cirurgia seguem para o hospital.

O estado e o município do Rio vivem uma grave econômica que impacta diversos setores da administra­ção.

Desde 2016, o Estado está sob decreto de calamidade pública, com atrasos seguidos na folha de pagamentos de servidores, congelamen­to de investimen­tos e falta de verbas para itens básicos. Tanto no âmbito municipal quanto no estadual. Há falhas e improvisos na saúde, falta de verbas na educação e deterioraç­ão do sistema de transporte.

A segurança pública é um dos desdobrame­ntos mais notáveis dessa crise financeira no estado. Com a piora da segurança desde fevereiro deste ano, o estado está sob intervençã­o federal de sua segurança pública.

Entre as responsabi­lidades da intervençã­o está a de zelar pelo funcioname­nto do Corpo de Bombeiros do Rio. Mas corporação não é prioridade no plano de ação dos gestores.

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Ana Branco/Agência O Globo Incêndio na Coordenaçã­o de Emergência Regional da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro

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