Folha de S.Paulo

Depois de acesso, Ceni tenta conquistar 1º título nacional

Fortaleza pode ser campeão da Série B do Brasileiro já na próxima terça-feira (6)

- Luiz Cosenzo Carlos Costa/Futura Press/Folhapress

Com o principal objetivo da temporada conquistad­o no último sábado (3), quando garantiu a vaga do Fortaleza na Série A do Brasileiro do ano que vem, o técnico Rogério Ceni, 45, buscará na a partir de agora seu primeiro título nacional.

A conquista pode acontecer já nesta terça-feira (6). Com 64 pontos, o clube tricolor precisa de uma vitória diante do CSA, vice-líder, às 21h30, no Castelão, e torcer para o Avaí, terceiro colocado, não vencer o Atlético-GO, sétimo, em Goiânia.

Desde que começou sua nova carreira, em janeiro de 2017, o ex-goleiro foi campeão apenas do torneio de pré-temporada Florida Cup. Na oportunida­de, a conquista foi com o São Paulo, time que o revelou para o futebol e que o dispensou sete meses depois.

O torneio tem caráter amistoso e pouca relevância para os clubes que o disputam. Assim, a conquista da Série B do Brasileiro seria a primeira de relevância na sua carreira.

“Não podemos desperdiça­r a oportunida­de de sermos campeões. Ser campeão na vida não é fácil. Joguei 19 Brasileiro­s e ganhei somente três. Quando você tem a oportunida­de, você não pode deixar de lutar. Vamos lutar pa- ra dar esse presente ao torcedor contra o CSA”, disse Ceni após a conquista do acesso.

Mesmo com pouca experiênci­a no cargo e a passagem frustrada pelo São Paulo, o treinador chegou ao Fortaleza com respaldo da diretoria.

Ele solicitou mudanças na estrutura do clube e alterou o local de treinament­o para ter mais privacidad­e. Até a alimentaçã­o e a logística de viagens ele pediu para mudar. Foi atendido em tudo.

Pelo acordo assinado, Ceni ganha uma porcentage­m dos patrocínio­s que o Fortaleza consegue fechar para ele.

Atualmente, nos uniformes de treino, o ex-goleiro usa a logomarca da Servis, do ramo de segurança. Em jogos, ele costuma usar um traje social, sem mostrar a marca de apoiadores do clube, como fazia no São Paulo.

“É uma fonte extra de receita para o clube também. Se tivéssemos mais patrocinad­ores, seria mais uma fonte de receita para cada um”, disse Marcelo Paz, presidente do Fortaleza e idealizado­r da contrataçã­o do treinador.

Apesar do sucesso recente, o técnico também sofreu pressão. Ele foi questionad­o e recebeu críticas de torcedores e conselheir­os após perder a final do Estadual para o Ceará, arquirriva­l do Fortaleza.

Uma das reclamaçõe­s era sobre as constantes mudanças no time. Em 18 jogos no torneio, não repetiu a mesma formação em duas partidas consecutiv­as. Também chiavam por falta de padrão tático.

“Sofremos essa pressão, mas não passou pela nossa cabeça demiti-lo. Ele é muito bom profission­al, dedicado. Não diminui a intensidad­e de trabalho. Não importa se está na liderança ou não. Ele tem um espírito vencedor”, disse o presidente, afirmando que as 32 contrataçõ­es feitas pelo clube passaram pelo “crivo do treinador e da diretoria”.

Na opinião de Paz, o ex-goleiro foi importante para o Fortaleza assim como o time foi para ele neste momento.

“Ele conheceu outra realidade aqui, com menos dinheiro. Está tendo a experiênci­a de concluir um trabalho, o que não pôde no São Paulo”, afirmou o dirigente, que tenta renovar o contrato do ex-goleiro —acaba no fim do ano.

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Ceni comemora acesso à Série A

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