Sauditas enviaram químico para apagar provas de morte de jornalista, diz fonte
A Arábia Saudita enviou dois especialistas à Turquia para apagar provas do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul no mês passado, disse nesta segunda (5) uma autoridade turca.
A fonte, que pediu anonimato, afirma que um químico e um especialista em toxicologia foram à Turquia “com o único objetivo de apagar as provas do assassinato de Jamal Khashoggi antes que a polícia turca fosse autorizada a fazer buscas nas instalações”, disse, segundo a agência de notícias AFP.
“O fato de uma equipe de ‘faxineiros’ ter sido enviada da Arábia Saudita nove dias após o assassinato sugere que os líderes sauditas estavam cientes da morte de Khashoggi”, acrescentou.
Khashoggi foi morto em 2 de outubro no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, por uma equipe enviada por Riad, uma morte que o presidente da Turquia disse que foi ordenada por “altos níveis” do governo saudita.
Segundo o Sabah, a partir de 12 de outubro, os dois especialistas, identificados como Ahmed Abdulaziz al-Jonabi e Khaled Yahya al-Zahrani, visitaram regularmente o consulado por uma semana. Eles também apagaram todos os vestígios do assassinato na residência do cônsul.
Os dois homens, que de acordo com o jornal vieram com uma “equipe supostamente investigativa” composta por 11 pessoas, deixaram a Turquia em 20 de outubro.
Segundo o jornal, os investigadores turcos não tiveram acesso ao consulado ou à residência do cônsul até que o químico e o especialista em toxicologia tivessem se livrado do corpo e apagado vestígios.
Também nesta segunda, a Arábia Saudita afirmou à ONU que a investigação do assassinato será “imparcial”. A promessa foi feita enquanto a situação dos direitos humanos na Arábia Saudita era examinada pela ONU em Genebra.