Folha de S.Paulo

Após visita à Rússia, líder cubano se reúne com Kim Jong-un

Miguel Díaz-Canel discutiu situação internacio­nal com líder norte-coreano; países são alvo de sanções dos EUA

- AFP, Associated Press e Reuters KCNA/Associated Press

Na segunda parada de sua primeira viagem internacio­nal após assumir o comando de Cuba, em abril, o líder da ditadura do país, Miguel Díaz-Canel, se reuniu nesta segunda-feira (5) com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Pyongyang.

Segundo a agência de notícias estatal KCNA, os dois discutiram “questões fundamenta­is de interesse comum” em relação à atual situação internacio­nal. “Houve uma profunda troca de opiniões sobre questões fundamenta­is de interesse comum [...] da situação internacio­nal, e o consenso foi alcançado sobre todas as questões”, informou.

A visita ocorre no momento em que as negociaçõe­s entre o regime norte-coreano e os EUA estão paralisada­s e apenas alguns dias após a Casa Branca impor novas restrições comerciais a Cuba.

Os Estados Unidos e Havana restaurara­m relações em 2015, após mais de meio século, mas os laços se deteriorar­am desde que Donald Trump assumiu a Presidênci­a.

No domingo (4), Díaz-Canel foi recebido no aeroporto por Kim e sua esposa, Ri Sol-ju, e depois compareceu a um banquete e a um concerto de boas vindas. Ao brindar no banquete, Kim disse que seu encontro represento­u “um momento crucial que demonstra a vontade de continuar com a amizade entre os dois países”.

Em resposta, Díaz-Canel afirmou que estava disposto a “enfrentar todos os desafios impostos pelas forças hostis”, mantendo sua “amizade tradiciona­l e relações cooperativ­as”, segundo a KCNA.

Díaz-Canel assumiu a Presidênci­a de Cuba em abril, após uma transição histórica no poder na ilha para suceder Raúl Castro.

O regime comunista cubano é um aliado próximo da Coreia do Norte, que declarou três dias de luto oficial após a morte de Fidel Castro em novembro de 2016. Ele havia visitado a Coreia do Norte em 1986 para se reunir em Pyongyang com o fundador do regime nortecorea­no, Kim Il-sung.

Cuba desobedece­u as sanções impostas no passado à Coreia do Norte por seus programas de armas nucleares.

Em 2013, o Panamá apreendeu um barco norte-coreano que transporta­va uma carga não declarada de armas cubanas da era soviética escondida entre sacas de açúcar. A Coreia do Norte se defendeu dizendo que as armas eram transporta­das para conserto e que depois seriam devolvidas.

Pyongyang, que também se aproxima mais da Rússia, eleva sua retórica pouco antes de uma nova reunião das negociaçõe­s com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo. No fim de semana, a mídia estatal norte-coreana publicou críticas às sanções e ameaças de retomar seu programa nuclear se a Casa Branca não amenizar seu tom.

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Miguel Díaz-Canel ri ao lado de Kim Jong-un em evento em Pyongyang

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