Alibaba prevê desaceleração com guerra comercial
O gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba reduziu sua projeção de receita para o ano em 4% a 6%, mencionando dúvidas sobre a economia do país, em um momento no qual a expansão chinesa se desacelerou para o ritmo mais lento em quase uma década.
Em meio à disputa comercial com os EUA, os consumidores mantêm as carteiras fechadas.
A desaceleração provavelmente terá seu efeito mais severo sobre as vendas de bens de consumo duráveis, e o Alibaba já viu desaceleração no crescimento de vendas de eletrônicos de consumo, especialmente smartphones, disse Joe Tsai, vice-presidente do conselho da empresa.
Outros serviços, como entregas de refeições, provavelmente não serão tão afetados, disse Tsai. O Alibaba vem registrando crescimento constante em bens de consumo pessoal, cosméticos e vestuário, disse.
Mas o Alibaba também enfrenta tendências desfavoráveis causadas pela força dos concorrentes no varejo online chinês, entre os quais JD.com e Pingduoduo, disse Steven Zhu, analista sênior da Pacific Epoch, empresa chinesa de pesquisa econômica, em Xangai.
Isso está desacelerando a receita gerada por anúncios publicados por comerciantes nas plataformas do Alibaba —segmento altamente lucrativo e essencial dos negócios da empresa, que a ajuda a se expandir para além do varejo online.
O Alibaba tem ações negociadas na Bolsa de Nova York e opera as duas maiores plataformas online de varejo da China, Taobao e Tmall, e suas vendas servem como indicador para o setor de bens de consumo chinês, em meio à escalada das tensões comerciais com os Estados Unidos.
O Alibaba agora antecipa receita anual total de entre 375 bilhões e 383 bilhões de yuans (de R$ 200 bilhões a R$ 204 bilhões).
No trimestre passado, o Alibaba registrou 54% de alta da receita ante o período no ano anterior, para 85,1 bilhões de yuans (R$ 45,6 bilhões), com ajuda da demanda do consumidor chinês online.
Mas o resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas pesquisados pela FactSet, que em média projetaram receita de 86,7 bilhões de yuans (R$ 46,5 bilhões).
Jack Ma, presidente-executivo da empresa, disse esperar que a disputa comercial com os EUA persista por muito tempo, talvez até 20 anos, e que os negócios dos dois países sofrerão pressão.