Polícia prende suspeito de estuprar duas jovens no parque Villa-Lobos
Agressor teria usado arma falsa e foi reconhecido por vítima; crime ocorreu na sexta-feira (2)
Um homem de 29 anos foi preso temporariamente sob suspeita de ter estuprado duas jovens na tarde de sexta (2) no parque Villa-Lobos, em Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
O crime ocorreu próximo ao horário de fechamento do parque, que é administrado pelo governo Márcio França (PSB).
Uma das vítimas, uma estudante de 17 anos, voltou ao parque no dia seguinte ao crime e, acompanhada de um segurança, encontrou o suspeito no mesmo local onde fora abordada por ele. André Ribeiro da Silva, 29, que trabalha como operador de empilhadeira, foi preso e, segundo a polícia, confessou os crimes.
Era a primeira vez que ela e a amiga, uma vendedora de 21 anos, visitavam o local. “Chegamos [por volta das 14h] para fazer um piquenique”, disse a vendedora. Por volta das 18h, quando elas passeavam por uma área de trilhas, Silva surgiu, segundo ela. “Ele sacou uma arma. Disse que era ‘guarda’ do parque e falou para a gente entrar no mato. Pensei que era um assalto”, disse.
O criminoso levou as vítimas até um ponto isolado, em meio a moitas, e obrigou as duas a tirarem as roupas.
Segundo ela, Silva abusou das duas por cerca de 40 minutos. Após os estupros, mandou as vítimas correrem, “sem olhar para trás”. “Antes, ele gritou que esse é o Brasil que ele queria e nos xingou”, disse.
A vendedora afirma que as duas procuraram a segurança do parque e avisaram sobre o crime, mas o suspeito não foi encontrado. Elas foram para o 14º DP (Pinheiros) e em seguida ao Hospital das Clínicas.
No dia seguinte, a estudante voltou ao parque com a irmã e o cunhado. “E não é que ela [estudante] viu no mesmo lugar e horário o estuprador?”, disse a vendedora.
A prisão temporária do suspeito, de 30 dias, foi determinada pela Justiça. A polícia encontrou com Silva uma arma de brinquedo. À TV Record, ele disse que “quis aproveitar a situação” e que “não conseguiu se segurar”. A família de Silva afirmou nesta segunda (5) que nenhum advogado havia assumido a defesa dele.
De acordo com a polícia, ele admitiu, em depoimento, ter estuprado as duas jovens e ter usado o revólver de brinquedo para ameaçá-las. A Polícia Civil afirmou que vai pedir que a prisão temporária dele seja convertida para preventiva.
Moradores das imediações já vinham cobrando mais segurança. Segundo Arlínea Arruda Botelho, 43, que mora na região e faz parte do Conselho Gestor do parque, há pelo menos dois anos existem reclamações por furtos no local.
Ela afirma que, aos finais de semana, quando o público do local é de cerca de 70 mil pessoas, chegam a ser registradas mais de dez ocorrências por furto de bicicletas.
Em setembro, moradores tiveram uma reunião com a Subprefeitura de Pinheiros na qual pediram providências também ao município.
“É uma grande preocupação a segurança ali, principalmente agora que vai chegando o verão, porque o público triplica. O que a gente pediu, quando solicitamos uma Operação Delegada [um tipo de bico oficial da PM em parceria com a prefeitura], foi policiais trabalhando dentro do parque, principalmente nos fi- nais de semana”, diz Arlínea.
Em fevereiro do ano passado, sob a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), o estacionamento passou a ser cobrado no Villa-Lobos. Na época, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente disse em nota que pretendia aumentar a segurança e melhorar o atendimento.
Segundo a pasta, o parque tem contrato terceirizado de vigilância, que conta com 35 postos diurnos e 16 noturnos.
A secretaria afirma que deve começar ainda este mês uma parceria com a Secretaria da Segurança Pública para ampliar a segurança no VillaLobos e em outros parques.
A Subprefeitura de Pinheiros disse que recebeu uma solicitação de moradores da região para a ampliação da Operação Delegada para o parque Villa-Lobos, mas que a administração do local é de responsabilidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou “que são feitos ajustes” com a administração do parque para que câmeras sejam instaladas no local, sem informar quando. Acrescentou que o comando da PM “já reavaliou estratégias, reforçando o policiamento no parque”.
“Ele sacou uma arma. Disse que era ‘guarda’ do parque e falou para a gente entrar no mato. Pensei que era um assalto
Antes [de libertar as vítimas], ele [o estuprador] gritou que esse é o Brasil que ele queria e nos xingou vendedora vítima de estupro, de 21 anos