IBGE rebate presidente eleito após crítica sobre pesquisa de emprego
Bolsonaro criticou a metodologia adotada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para calcular o indicador oficial de desemprego no país.
Em entrevista na segundafeira (5) ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band, ele disse que a Pnad Contínua, a pesquisa de emprego do IBGE, seria uma farsa por supostamente considerar empregadas pessoas que não estariam ocupadas.
“Vou querer que a metodologia para dar o número de desempregados seja alterada no Brasil, porque isso daí é uma farsa”, afirmou Bolsonaro.
“Quem, por exemplo, recebe Bolsa Família é tido como empregado. Quem não procura emprego há mais de um ano é tido como empregado. Quem recebe seguro-desemprego é tido como empregado. Nós temos de ter realmente uma taxa, não de desempregados, mas uma taxa de empregados no Brasil.”
Segundo o IBGE, a Pnad é uma das pesquisas mais avançadas do mundo, contendo recomendações de organismos internacionais, como a OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Em nota, o sindicato dos trabalhadores do IBGE afirmou que, na pesquisa, é considerado ocupado quem, na semana de referência do levantamento, trabalhou ao menos uma hora em atividade remunerada diretamente ou em ajuda à atividade remunerada de outro membro do domicílio.
“Sem as condições acima citadas, pessoas que recebem Bolsa Família, que não procuram trabalho há mais de um ano ou que recebem segurodesemprego não são classificadas automaticamente como ‘empregadas’”, afirmou.
A entidade disse também que a intervenção política em órgãos oficiais de estatísticas já se mostrou desastrosa, “como ocorreu recentemente na Argentina”.
Segundo o analista Marcel Caparoz, especialista em taxa de desemprego da RC Consultores, o indicador atualmente usado no país está em linha com o que é praticado nos mercados internacionais.
“Relatórios de bancos e instituições internacionais sempre usaram os dados da Pnad Contínua”, afirmou.