Política migratória e questões morais incentivam republicanos pró-Trump
O Distrito de Colúmbia é um dos lugares mais democratas dos EUA. Ali, nas eleições presidenciais de 2016, Hillary Clinton arrebanhou 91% dos votos. A menos de uma hora de carro, no estado da Virgínia, as preferências se invertem.
No primeiro dos 11 distritos congressionais do estado, que inclui cidades como Stafford e Fredericksburg, desde 2000 apenas republicanos se elegem para a Câmara. No pleito presidencial, triunfou Donald Trump.
O candidato republicano da vez é Rob Wittman, que concorre ao sétimo mandato contra a democrata Vangie Williams. Mais seis distritos de Virgínia são representados por republicanos.
Diante da previsão de uma onda democrata no Congresso, a forte chuva pela manhã e a temperatura em torno de 10ºC não intimidaram simpatizantes de Trump de votar —algo facultativo no país.
A aposentada Gail Tabor, 61, vota em todas as eleições, mas sentiu uma empolgação a mais neste ano.
“Eu tenho gostado do rumo que o país tem tomado sob Trump, e quero que continue assim”, diz à reportagem, em frente a uma seção eleitoral em Stafford. Ela apoia, sobretudo, a política externa de Trump e os cortes de impostos promovidos pela administração.
A reação negativa à nomeação para a Suprema Corte do juiz conservador Brett Kavanaugh, acusado de agressão sexual, também a motiva.
“Foi horrível, muito desrespeitoso”, disse, referindose ao turbulento processo de confirmação do magistrado.
Nem sempre Tabor pensou assim. Ex-democrata, desistiu do partido após o que chama de ações imorais do ex-presidente democrata Bill Clinton, que teve um caso extraconjugal com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky quando estava no cargo.
A dona de casa Shannon O’Donnell, 43, também se diz mais animada para votar.
“Quero eleger pessoas que ajudem o presidente a cumprir suas promessas de campanha”, conta ela, que evita comentar preferências ideológicas fora de seu círculo.
Desconfiada das pesquisas, esperava que outros republicanos saíssem para votar e apoiar medidas como o recrudescimento da vigilância nas fronteiras diante da caravana de imigrantes da América Central que chega ao país.
A administradora de imóveis Emily Dudenhefer, 34, concorda. “Sem fronteiras sólidas não há nação soberana.”