Obra em sítio era ‘coisa pessoal’ para Lula, afirma empresário
O empresário Marcelo Odebrecht afirmou nesta quarta (7) que as reformas num sítio em Atibaia, pagas em parte pela empreiteira de sua família, eram uma “coisa pessoal” para o ex-presidente Lula.
Ele declarou à juíza Gabriela Hardt que ficou sabendo da reforma no sítio, que era frequentado pelo líder petista em Atibaia (SP), depois que ela já havia começado. “Eu achava que era uma exposição desnecessária”, afirmou. “Seria a primeira vez que a gente estaria fazendo uma coisa pessoal para o presidente Lula.”
Segundo ele, as reformas foram autorizadas por seu pai, Emílio Odebrecht, após um pedido feito ao então executivo Alexandrino Alencar. Ambos são réus na ação que acusa o ex-presidente de corrupção e lavagem de dinheiro nas obras do sítio —ele é, de acordo com o Ministério Público Federal, o “proprietário de fato” do local.
As reformas custaram cerca de R$ 1 milhão, e foram pagas por Odebrecht e OAS, com valores oriundos de contratos na Petrobras, segundo a denúncia.
Emílio também depôs nesta quarta, reafirmando sua delação, e disse que o pedido para que a empreiteira bancasse as obras partiu de Marisa Letícia, mulher de Lula.
Em nota, a defesa do expresidente disse que a denúncia é “totalmente descabida”.