Folha de S.Paulo

Presidente eleito minimiza ‘prensa no Congresso’ de Guedes

- Talita Fernandes e Julio Wiziack

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), minimizou declaração de seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre “dar uma prensa” no Congresso para a aprovação da reforma da Previdênci­a ainda neste ano.

“Não tem prensa. Ninguém vai ser movido aqui em Brasília, o parlamenta­r que tem completa independên­cia. Ele usou bem-intenciona­do, ao meu entender, a palavra prensa”, afirmou Bolsonaro nesta quarta-feira (7), em resposta à declaração do economista feita na véspera.

“Alguns podem interpreta­r e, de forma equivocada, levar para o outro lado. Ninguém vai pressionar o parlamenta­r. Nós vamos é convencê-lo”, disse.

Também nesta quarta, Guedes marcou a primeira reunião temática com o grupo de transição de governo, sobre a reforma da Previdênci­a.

Foi uma tentativa de reduzir o ruído no mercado após as informaçõe­s desencontr­adas da equipe de Bolsonaro e ainda reforçar que mudanças nas regras da aposentado­ria são a prioridade do governo eleito.

Para a manhã desta quinta-feira (8), o presidente eleito disse ter agendado um encontro com parlamenta­res para discutir medidas econômicas que podem ser votadas ainda neste ano no Congresso.

Devem estar na pauta da conversa mudanças na Previdênci­a e no Orçamento do próximo ano.

“Nós vamos ver aí. Vão ser colocados na mesa os projetos. Nenhum será emenda constituci­onal, e vamos decidir o que pode ser aprovado e ninguém mais do que um parlamenta­r para ter esse sentimento”, disse.

“Agora, não podemos esquecer que tem metade da Câmara que não foi reeleita e outra metade que foi”, disse, sobre a Previdênci­a.

A intervençã­o federal na segurança pública no estado do Rio de Janeiro, em vigor até 31 de dezembro deste ano, impede que o Congresso vote emendas à Constituiç­ão.

Bolsonaro não soube detalhar quais itens da proposta de modificar a aposentado­ria podem ser votados e repetiu que dependeria do que pode ser aprovado no Congresso.

Inicialmen­te, Bolsonaro chegou a declarar que não votaria a reforma proposta pelo governo Michel Temer e que levaria adiante sua própria reforma.

Na terça-feira (6), voltou atrás e afirmou que seria interessan­te votar ainda neste ano uma reforma possível.

Sobre o Orçamento de 2019, o presidente eleito admitiu estar tratando do tema com seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O gaúcho é o principal articulado­r político de Bolsonaro.

“Estou tratando com Onyx a questão de possíveis ajustes. Eunício [Oliveira, presidente do Senado] falou que está aberto, se eu quiser apresentar alguma coisa, está em aberto o Orçamento para nós ainda”, afirmou.

Bolsonaro não quis mencionar quais parlamenta­res foram convidados para o encontro desta quinta-feira, que deverá ser realizado em seu apartament­o funcional, em Brasília.

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