Folha de S.Paulo

Entenda o que diz o Escola sem Partido

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O que preveem os projetos chamados de Escolas sem

Partido? As propostas em tramitação nas Assembleia­s Legislativ­as e na Câmara dos Deputados preveem, em geral, a “neutralida­de” dos professore­s, vetando que os docentes exponham sua opinião nas salas de aula e também não estimulem alunos à participaç­ão política

Em que pé está o projeto na

Câmara dos Deputados? O projeto tramita em comissão especial da Casa, cujo relator já apresentou parecer favorável à sua aprovação. Houve tentativa de aproválo na sessão desta quarta

(7), mas a votação foi adiada. A proposta, se aprovada na comissão, poderia seguir direto para o Senado, sem necessidad­e de passar pelo plenário. Isso só não aconteceri­a caso um décimo dos membros da Câmara (52 deputados) apresentas­se um recurso (e este fosse seja aprovado) para que o Escola sem Partido fosse discutido no plenário

O que diz o projeto da Câmara? Em resumo, diz que o professor não deve promover “seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferênci­as ideológica­s, religiosas, morais, políticas e partidária­s”, o que também pode incluir questões relacionad­as à educação sexual. Não pode, em sala, fazer “propaganda político-partidária” nem incitar os alunos a participar de atos públicos. Também bane os termos “gênero” e “orientação sexual” das aulas e dos currículos escolares e exige a fixação de cartaz com “deveres do professor”

De acordo com o projeto, que instituiçõ­es devem

seguir a lei? Escolas e universida­des públicas e privadas de todas as etapas da educação (da educação infantil ao ensino superior)

Se aprovada, a lei pode interferir nos conteúdos cobrados no Enem? Sim, já que se aplica também às avaliações de ingresso no ensino superior Como ficaria a situação das escolas confession­ais? O projeto de lei diz que as escolas privadas confession­ais poderão tratar de conteúdos religiosos, morais e ideológico­s. Para isso, os pais precisarão assinar um contrato em que declaram ter ciência da linha praticada na escola. A norma também vale para instituiçõ­es de “ideologias específica­s”, embora não fique claro o que seria isso. Essas ressalvas se aplicam apenas à educação básica e não incluem, portanto, a educação superior

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